Portugal para não deixar passar em branco

Coluna Escrivinhos, Revista Mon Quartier – Fevereiro/14

Quando se fala em vinhos portugueses, temos um verdadeiro mundo a desvendar. Porém, é comum o brasileiro associar o vinho português ao vinho do Porto e aos tintos do Alentejo. O que muita gente não sabe (e está perdendo) é que os “patrícios” têm vinhos brancos maravilhosos.

Uma das mais interessantes zonas de produção de vinhos brancos em Portugal é o Minho. É de lá que vem a denominação “Vinho Verde” – referência à vasta vegetação do lugar.

Os vinhos verdes brancos são leves, frescos, com baixo teor alcoólico e ligeiramente gaseificados. Muito bons para serem tomados em épocas de calor, vão bem como aperitivo ou acompanhando pratos leves, tipo frutos do mar. Nesta região se utilizam uvas tais como Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto (designada Pedernã nesta região) e Azal.

Também existem belos vinhos brancos para serem descobertos no Douro. Elaborados com variedades como Malvasia Fina, Viosinho, Gouveio e Rabigato, alguns são feitos para serem consumidos jovens, apresentando características cítricas e florais. Outros podemos classificar como brancos de guarda. São os Reserva ou Gran Reserva. Estes normalmente passam por madeira e trazem uma bonita cor dourada. São untuosos no paladar, podendo acompanhar bacalhau, salmão, coelho ou frango.

Já na Bairrada, região conhecida por seus tintos feitos pela uva Baga, podemos encontrar bons vinhos brancos. Mas para mim o destaque fica para os excelentes espumantes, elaborados pelo método clássico – com segunda fermentação em garrafa. Atenção para a expressão “bruto” no rótulo: ela não significa que o espumante é rústico ou coisa parecida. Quer apenas dizer que a bebida é seca (ou brut).

No Dão, os vinhos brancos são bastantes aromáticos, frutados e bastante equilibrados. Lá se utiliza as uvas Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho.

No Alentejo os brancos são geralmente suaves, ligeiramente ácidos e apresentam aromas de frutos tropicais. As castas mais importantes desta região são Roupeiro, Antão Vaz e Arinto, sendo comum encontrar também a Chardonnay. Acompanham bem peixes e frutos do mar.

Távora-Varosa é uma região de pequena, mas muito relevante na produção de espumantes, tais como os renomados Raposeira e Murganheira, que se assemelham bastante aos rótulos produzidos em Champagne. As castas brancas predominantes na região são Malvasia Fina, Cerceal, Gouveio e Chardonnay.

Ainda podemos citar as regiões de Lisboa, Trás-os-Montes, Tejo, entre outras. Todas, sempre com algum sabor interessante a se provar. Aventure-se e surpreenda o seu paladar.

Um brinde!

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