Vinho “de mulher” existe?

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, trago aqui, mais uma vez, esse tão polêmico assunto: afinal, existem “vinhos femininos”? A resposta é: “não”!

Contudo, todavia, mas, porém (rsrsrs), podemos abordar o assunto por outro ponto de vista, se levarmos em consideração a delicadeza (característica mais associada ao sexo feminino) de algumas uvas e vinhos.

Algumas uvas geram vinhos mais delicados e outros mais potentes. Por experiência de vários anos no setor de vinhos, posso afirmar facilmente que a maior parte das mulheres prefere vinhos mais fáceis de tomar: ou seja, menos potentes e mais delicados.

Isso não quer dizer que os homens também não apreciem esse tipo de vinho. Pelo contrário: hoje podemos observar a crescente busca por vinhos com menos álcool e com mais equilíbrio entre álcool, acidez, açúcar e taninos.

Vamos dar “nome aos bois”. Em seguida, aponto alguns vinhos finos que podem se enquadrar nessas características acima:

O mais clássico é o espumante. É uma bebida delicada, tanto pelo seu frescor, quanto pelas suas características visuais, com suas inconfundíveis borbulhas. Pode ser elaborado com diferentes tipos de uvas, mas o seu processo de produção é que dá suas características únicas.

Os rosés são os vinhos mais associados às mulheres. Normalmente com graduação alcoólica mais baixa, esses vinhos apresentam caráter frutado e são bem refrescantes. Apesar de ainda discriminados no Brasil, são muito consumidos por homens e mulheres na Europa, principalmente no verão.

Os vinhos brancos feitos com a uva de nome alemão Gewürztraminer, original da Alsácia, na França, são perfumados, possuem acidez delicada e um leve toque picante. Ou seja: bem sedutores e fáceis de agradar. Os brancos feitos com a uva Torrontés, muito produzidos na Argentina, mostram aromas florais. Na boca, na maior parte, são leves e frutados.

Passando para os tintos, costuma-se dizer que a Pinot Noir é a mais feminina das uvas. Nos locais onde brota e amadurece, ela costumar gerar vinhos particulares. No Novo Mundo oferece opções frutadas e leves. Na Borgonha, França, onde reina absoluta, dá origem a vinhos longevos e refinados. É uma uva muito caprichosa, que gosta de climas bem específicos e precisa de muito cuidado em seu cultivo.

Na minha observação, pude ainda identificar tintos que seduzem paladares de ambos os sexos pela sua “facilidade” de beber. Entre eles estão alguns Carmenère do Chile, Merlot brasileiros e vinhos feitos com a uva Gamay, como os Beaujolais franceses.

Houve uma época em que eu, particularmente, preferia os vinhos mais potentes. Hoje me seduzem a elegância e o equilíbrio, que podem ser considerados até sinônimos em termos de vinhos. Menos álcool, menos madeira, persistência e a “franqueza” da fruta. Isso, para mim, é sedução em um vinho. Palavra de mulher.

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