Sobre uma corrida que termina em vinho

Como já havia contado aqui no blog, aceitei o desafio do amigo e enólogo João Santos, diretor da vinícola Rio Sol, e fiz as malas no começo deste mês para participar de uma prova inusitada em pleno Vale do São Francisco. Estou acostumada a participar de corridas, como também a visitar vinícolas. Mas juntar as duas coisas em uma só ocasião foi, no mínimo,
incrível.

Estou falando da última etapa da Wine Run, corrida que aconteceu em meio aos vinhedos da Rio Sol, no município de Lagoa Grande (PE). Ficamos hospedados no Quality Petrolina, um hotel com uma bela estrutura e localização, ainda por cima, vista para o rio. Lá mesmo, na véspera da corrida, a organização do evento realizou a entrega de kits. Tudo bem planejado, com degustação de produtos e ambiente agradável. A surpresa ficou com o kit, que além da tradicional camisa e número de peito, ainda vinha de brinde um vinho Rio Sol varietal (escolhi o Tempranillo, que acho bem bacaninha) e um suco de uva da marca Terra Sol, também fabricado na região.  

Havia opção de participar de um jantar de massas, mas preferimos conhecer uma pizzaria que fica a poucos metros do hotel e aproveitamos (sei que não devemos fazer extravagâncias na véspera de uma prova, mas deu vontade) para provar uma pizza de bode.

Na manhã seguinte, acordei com o sol raiando, caprichei no protetor solar e desci para tomar o café da manhã, que nesse dia foi servido mais cedo por causa da corrida. Depois das 6h30, começaram a sair, da frente do hotel, os ônibus que levariam os corredores para o local da largada, dentro da vitivinícola Santa Maria (Rio Sol). O percurso dura mais ou menos uma hora e, nesse trajeto, dá para bater um papo com o pessoal que já participou da prova e pegar algumas dicas.  

Além dos corredores da região, que compareceram em peso, também encontrei muita gente da capital e também de outros estados. Havia duas opções de inscrição: 16 km solo e revezamento em dupla (06km+10km). Escolhi a primeira opção, pois além de estar treinando para uma maratona (42km), sou um meio afoita mesmo.  

A princípio, estava assustada com o horário da largada (8h da manhã), pois o sol naquela região costuma ser impiedoso. Mas graças ao Deus Baco, havia algumas nuvens no céu e a espera na linha de partida foi bem agradável. Nos primeiros metros, o astro-rei deu as caras e aí, meus amigos, a coisa esquentou!

Estou acostumada a correr no asfalto, mas lá, o percurso é quase todo em chão de terra, com bastante cascalho em alguns trechos. Portanto, cuidado redobrado para não cair ou torcer o pé. Além disso, resolvi registrar em imagens a experiência de correr em meio aos vinhedos.  

Confesso que, por vezes, me distraí olhando as videiras, o método de irrigação, qual variedade estava plantada… Enfim, coisa de aficionado por vinhos. Mas o meu lado corredora dizia: vai, Fabiana, acelera! E lá ia eu, tentando gerenciar o calor, as filmagens, as pedras no caminho e as distrações com os parreirais.

Resultado: mesmo sem focar na competição, ainda consegui um 21º lugar no geral feminino e um 6º lugar em minha faixa etária (pelo que soube, a prova teve cerca de 600 inscritos). Na próxima vou pra concorrer!

Na linha de chegada, éramos encaminhados para o casarão da vinícola, onde os participantes da Wine Run foram recebidos com uma grande festa. Quem comprava uma pulseira no valor de R$ 50 tinha direito a uma taça para degustar espumantes à vontade. Quem não queria bebericar, podia se servir de água, suco e ainda comer algumas guloseimas oferecidas pela organização da corrida.  

Até então, nunca tinha participado de uma chegada com tanta
animação (e olha que já corri algumas provas internacionais, como por exemplo Rock ‘n’ Roll Marathon). No Vale do São Francisco, a festa é embalada ao ritmo do forró, com uma banda tocando ao vivo. E nesse vai e vem, nada como um espumante geladinho para refrescar (o Rio Sol Brut Rosé estava muito bom!).  

Gostaria de parabenizar os organizadores e registrar que no ano que vem eu volto levando comigo mais apreciadores do vinho e da corrida.

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2 Replies to “Sobre uma corrida que termina em vinho”

  1. Se já tinha vontade de participar dessa corrida, depois desse comentário já coloquei nos meus objetivos para 2017.
    Marcus Oliveira
    Parabéns Fabiana por mais uma corrida.

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