Participei ontem à noite de uma apresentação da nova safra de um produtor que venho acompanhando desde cedo: a Ducos Vinícola. Instalada no Vale do São Francisco, a empresa tem sangue italiano e francês correndo nas veias. Explico: os donos são da Itália, experientes produtores de vinho na região da Toscana, e o atual enólogo é Michel Fabre (foto), francês que mergulhou de corpo e alma naquele terroir com a missão de tornar os vinhos da Ducos uma referência no Brasil.
Foto: Henrique Santos |
A apresentação da safra 2010 do Assemblage Seco e dos varietais Syrah, Petit Verdot (este último ainda continua sendo o único produzido exclusivamente com essa uva no Brasil) foi conduzida pelo próprio Michel Fabre, no restaurante Pantagruel (foto), em Casa Forte, no Recife, reunindo um bom grupo de apreciadores de vinhos.
O enólogo mora há cerca de dois anos e meio no Vale do São Francisco e vem dedicando-se ao melhoramento da qualidade da uva e do vinho. Neste processo, a vinícola investiu em tecnologia, trazendo equipamentos para vinificação, engarrafamento e rotulagem. Inicialmente, foram investidos cerca de 5 milhões de Euros.
A vinícola possui 12 hectares de vinhedos em Lagoa Grande, sendo seis destes dedicados ao plantio da Petit Verdot, três para Syrah e três para Cabernet Sauvignon. Nenhum dos rótulos produzidos tem passagem por madeira. Segundo o gerente regional da Ducos, André Artur, a intenção é eliminar o caráter adstringente que marca os tintos produzidos no Nordeste. “Quando se fala em vinho do Vale do São Francisco, as pessoas sempre comentam sobre a acidez elevada”, observou. E pelo visto a Ducos levou o objetivo a sério. A nova safra está bem mais equilibrada, principalmente o Petit Verdot.
Confira a seguir as minhas impressões sobre os rótulos lançados.
Château Duccos Syrah – 2010
Visual: Rubi brilhante.
Olfato: Frutas maduras, azeitona preta e alcaçuz.
Paladar: Marcado pelo sabor da azeitona preta, principalmente no final, mesclado com discreta fruta madura e leve apimentado. Taninos aparentes, mas não agressivos. Médio corpo.
Outras considerações: Um vinho gastronômico, que cai bem com carnes vermelhas. A maceração das uvas ocorreu por 30 dias e a sua graduação alcoólica é de 13,4%. A sugestão do produtor é que seja servido entre 15ºC e 17ºC.
Classificação: Bom.
Faixa de preço: R$ 16
Onde encontrar: No Recife, nas lojas do Bompreço (Walmart).
Château Duccos Petit Verdot – 2010
Visual: Rubi brilhante. Lágrimas em abundância.
Olfato: Fruta vermelha, destacando amora, leve mentolado e pimenta.
Paladar: Bom corpo e persistência. Reflete as mesmas impressões do nariz. Os taninos estão mais bem trabalhados, tornando um vinho equilibrado e prazeroso de tomar.
Outras considerações: De acordo com o enólogo Michel Fabre, o clima quente do Vale do São Francisco permite fazer o varietal da uva Petit Verdot, que normalmente é muito tânica. Foram 30 dias de fermentação e maceração. A graduação alcoólica é de 13,5%.
Classificação: Muito Bom.
Faixa de preço: R$ 27
Onde encontrar: No Recife, nas lojas do Bompreço (Walmart).
Château Duccos Assemblage Seco – 2010
Visual: Cor rubi violáceo, límpido e transparente.
Olfato: Álcool um pouco pronunciado ao abrir, mas que se resolve à medida que o vinho “respira”. Aparecem frutas vermelhas, sobressaindo-se amora, e leve herbáceo.
Paladar: Embora em menor proporção, a Syrah dá maior sabor, com suas notas de azeitonas pretas. É um vinho de corpo leve, para o dia-a-dia. Tem pouca persistência.
Outras considerações: Em sua composição entram as cepas Petit Verdot (50%), Syrah (25%) e Cabernet Sauvignon (25%).
Classificação: Regular/Bom.
Faixa de preço: R$ 14 (preço honesto)
Onde encontrar: No Recife, nas lojas do Bompreço (Walmart) e Deskontão.
Que bom ver o nordeste crescendo na vinicultura, estou fazendo minha monografia sobre o enoturismo no vale do São do Francisco.
Gostei de saber que mais uma vinícola se destaca.
Olá, Ricardo.
Aproveita então e dá uma olhada nesse texto:
escrivinhos.com/2010/11/vale-do-sao-francisco-o-mais-novo-e.html
Abs.
Oi Fabiana,
Meu nome é Sérgio Bandeira, sou advogado e moro em Recife e vasculhando a internet descobri seu site. Desde 1996 eu só tomo vinho e sempre convido os amigos a mudarem para o Vinho o que é difícil! Pois reclamam do preço. Não querem pagar mais que R$ 35,00 numa garrafa. Com as mulheres obtive mais sucesso. Elas são mais sensíveis e de melhor companhia para mim, já que estou divorciado e não quero mais casamentos. Bom! Quando você diz "tirar o oxigênio" eu acho que você pode dizer "tirar o ar" de dentro da garrafa, pois o oxigênio (O2)é um dos compostos do ar que está em nossa volta. O ar que respiramos é composto de 75% de Nitrogêni (N2), 20% de Oxigênio (02), 4%¨de gás carbônico (CO2) e 1% de outros gases. Outra coisa! Sei que o Brasil faz muitos vinhos, mas são inferiores aos vinhos que estão na área dos Trópicos de Câncer e Capricórnio pois, nestas faixas, as uvas que são a 'matéria prima' dos Vinhos são muitas vezes melhores que as uvas do nosso Brasil que só tem clima quente e úmido. Sei que já ganharam prêmios, mas de acordo com a sua classificação. Sei que existem os automóveis: Gol, Corsa, Siena, Pálio, Polo, Fox, Golf, Fiesta, Stilo, Celta, Punto etc. Estes podem ser comparados uns com os outros pois estão na mesma classificação. No caso são os Vinhos Brasileiros (Ecah!) Agora, sei que existem, também, os automóveis: Porsche, Mercedes-Benz, Rolly-Royce, Bentle, Lamborghini, Cadillac, Ferrari, BMW etc. Estes são os vinhos do primeiro mundo que só podem ser comparados uns com os outros. Jamais com os brasileiros. Aprendi sobre Vinhos em livros especializados e dou boas risadas quando leio sobre reportagens em revistas, dos jornalistas que não entendem nada acerca do Vinho. Entendem de bebê-los e não de estudá-los. Por que? Porque ler sobre vinhos não dá dinheiro a eles. Bom! Hoje, 25 de maio de 2011 estou enviando uma apostila sobre a 'história do Vinho' para o seu e-mail: fernanda@escrivinho.com e gostaria que você disponibilizasse em seu site gratuitamente para quem queira ler sobre vinhos. E, também, gostaria que você falasse mais sobre os bons vinhos, safras, vinícolas e das uvas (viníferas, claro) e as variedades das mesmas uvas em solos diferentes.
Um abraço e até breve
Sérgio Bandeira
25maio2011