A notícia a seguir é comemorada pelos argentinos como se fosse uma partida de futebol entre o Boca Juniors e o River Plate. Em 2010, os vinhos dos “hermanos” superaram os dos chilenos em vendas nos Estados Unidos.
Foi uma disputa lance a lance. As exportações dos rótulos argentinos para aquele país alcançaram 222 milhões de dólares, enquanto os chilenos venderam 210 milhões de dólares. Em cinco anos, as vendas argentinas para os EUA triplicaram e hoje o país se encontra em 4º lugar do ranking, atrás de Itália, França e Austrália. No mesmo período, as exportações chilenas cresceram 17%.
“É uma boa notícia, mas nada mais que isso. O importante é que, em uma conjuntura adversa, a Argentina seguiu crescendo, e isso é muito recompensante”, opinou Juan Carlos Pina, gerente da Associação Vitivinícola Bodegas de Argentina.
O grande momento do vinho argentino na América do Norte se explica basicamente pela boa performance da Malbec, a sua principal varietal. “Os americanos a conheceram por causa da crise econômica. Deixaram de consumir vinhos mais caros e se animaram a provar produtos de outros países”, disse Luis Steindl, gerente de operações da Bodega Norton.
Porém, a força da Malbec não é o único motivo que levou os vinhos argentinos às gôndolas norte-americanas. “Também é importante lembrar da situação cambial do Chile em relação ao dólar”, comentou Ángel Vespa, presidente da Associação Bodegas de Argentina
Para alguns especialistas é perigoso, no entanto, que esse crescimento se apóie muito na uva Malbec. “A Argentina, ao contrário da Austrália (que apostou na Syrah), tem diversidade. Existem outras variedades importantes como Bonarda, Torrontés ou Cabernet”, afirma José Zuccardi, proprietário da Bodega Zuccardi.
“Se conseguirmos fazer com outras variedades o trabalho que se realizou com a Malbec, superaremos esse perigo”, concluiu Luis Steindl.
Com informações de “Vinos de Argentina”.