Por que Rio Sol?

Por que o Rio Sol foi escolhido o melhor tinto do Brasil pelo júri da Expovinis 2008? Esse foi o questionamento da semana no meio enófilo nacional. Preconceito por ser um rótulo nordestino? Talvez. A verdade é que o pernambucano marcou presença no evento e ficou empatado com o gaúcho Marson Gran Reserva. Não vou defender o vinho nordestino por ser pernambucana, apenas darei a minha opinião como jornalista que vem se esforçando em estudar e conhecer vinhos. Por isso, tomei o Rio Sol no último final de semana para poder falar sobre ele. Também já tive a oportunidade de degustar o Marson Gran Reserva, que é realmente um vinho excepcional – embora tenha experimentado as safras de 1999 e 2002, diferentes da eleita na Expovinis, que foi a de 2004.

Voltando ao Rio Sol, trata-se de um vinho elaborado com as castas Cabernet Sauvignon e Shiraz. A safra escolhida na Expovinis foi a de 2006. Para acabar com o suspense vou logo adiantando: me surpreendeu, mas não classificaria como ótimo. É um vinho bem feito e com bom custo-benefício. Na taça, apresentou cor rubi com reflexos acastanhados. Os aromas vão de frutas negras e vermelhas a toques de violeta e especiarias. É um vinho tânico, causando uma certa secura principalmente no final. Tem médio corpo e o paladar também remete a frutas vermelhas e especiarias. Vale a pena experimentar, pois seu preço ainda é convidativo. Comprei por R$ 21,83, no Pão de Açúcar, no Recife. No site da Expand custa 18,90. Já o Marson Gran Reserva (safra 2002) custa R$ 76, no Club du Vin, também no Recife.

O Rio Sol é produzido pela Vitivinícola Santa Maria, no município de Lagoa Grande. Desde 2003, a empresa é parceira da Dão Sul, umas das mais importantes vinícolas de Portugal. Localizada a oito graus de latitude ao sul do Equador, possui uma área de 1.500 hectares de terra irrigada, dos quais 400 hectares são reservados para o cultivo de uvas de primeira qualidade, destinadas à fabricação do Rio Sol e do rótulo Adega do Vale. O local oferece condições diferenciadas de vitivinicultura por ter sol durante 300 dias do ano e estar localizada no Vale do Rio São Francisco. Esses fatores contribuem para incidência de duas safras por ano, gerando o “ciclo vegetativo contínuo”, onde num mesmo dia pode se fazer a poda, ver a floração da videira, provar os primeiros bagos maduros e fazer a vindima – algo inimaginável na Europa.

You Might Also Like

0 Replies to “Por que Rio Sol?”

  1. Fabiana, muito oportuna a sua nota. Também fiz o comparativo dos dois vinhos. Fiquei com o Marson.

    R.F.

  2. Certo, o Marson é melhor; mas o custo-benefício do Rio Sol é excelente. Já o do Marson…

  3. Fabiana, o que de melhor provei até hoje da linha Rio Sol foi o RESERVA SYRAH 2005.

    Não tenho qualquer preconceito em relação a vinhos brasileiros (sejam do sul ou nordeste). Aliás, minha curiosidade fez com que 1/3 dos vinhos que comentei no blog sejam brasileiros.

    Concordo com o “Avaliador”. A relação custo x benefício dos dois é diferencial a se considerar.

    Parabéns pelo blog, que foi incluído hoje na minha lista de indicações.

    Saúde!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *