Além de produzir bons vinhos, a Fundação Eugénio de Almeida mantém atividades culturais, educativas, assistenciais, sociais e espirituais, com o intuito de elevar e desenvolver a região portuguesa de Évora, onde está localizada. A vinificação é feita na Adega da Cartuxa, em um prédio que pertenceu à Companhia de Jesus – local que foi adquirido mais tarde, em 1869, por José Maria Eugénio de Almeida. Próximo à Adega, fica o Mosteiro da Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli, fundado em 1587. Atualmente, vários vinhos da Fundação fazem seu estágio em garrafa, nas silenciosas caves deste Mosteiro. O projeto ainda inclui o Fórum Eugénio de Almeida, um espaço que acolhe projetos de turismo cultural e enoturismo.
Mesmo envolvida em atividades tão distintas, a Fundação Eugénio de Almeida consegue produzir alguns dos mais respeitados vinhos portugueses, entre eles o Cartuxa e o Pêra Manca.
A seguir, darei as minhas impressões sobre alguns vinhos deste produtor degustados durante o último roadshow da importadora Adega Alentejana no Recife.
Eugénio de Almeida Tinto, 2006
Conheço vários admiradores deste vinho, que integra a linha “básica” da Fundação. Elaborado com as castas Alfrocheiro, Aragonez, Castelão, Moreto, Tinta Caiada e Trincadeira, o EA tem 14% de álcool e uma cor granada bem viva. O aroma é de frutos vermelhos e vegetal seco. Na boca mostra uma leve adstringência, mas bem agradável, com taninos redondos. Está pronto para beber. No Recife, custa R$ 33, na Lacomex.
Foral de Évora Tinto, 2004
Os aromas deste rótulo são bem complexos, com notas que vão desde a cera de móveis a frutas vermelhas. É um vinho de cor granada, com 13,5% de álcool, elaborado com as uvas Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira. Equilibrado, tem taninos aveludados e um final agradável e longo. Como diz o produtor “é um tinto de agrado imediato”. Passou por oito meses em barrica e mais quatro meses na garrafa. Seu preço no Recife é R$ 58,10, na Lacomex.
Cartuxa Colheita Tinto, 2004
É um vinho que apesar de estar pronto para beber, tem potencial de envelhecimento. O teor alcoólico é de 14% e a na sua produção entram as uvas Alfrocheiro, Aragonez, Castelão, Moreto, Tinta Caiada e Trincadeira. No nariz mostra notas de frutos silvestres, tabaco e especiarias. A coloração é granada e, na prova, apresenta grande frescor e boa estrutura, com toques florais. O Cartuxa descansou de 9 a 12 meses em barricas de carvalho francês, passando mais seis meses em garrafa. No Recife, o preço é de R$ 75, na Lacomex.
O EA no Rio de Janeiro, em oferta, está por R$ 28,90. Eu normalmente só bebo ele.