Muito organizado o Passeio Enológico por Portugal promovido no Recife pela importadora Adega Alentejana. Estiveram presentes 16 produtores de vinhos portugueses, trazendo rótulos das mais diversas regiões para serem degustados. O evento também foi uma oportunidade para se trocar informações com os próprios produtores.
A partir deste post, vou falando as minhas impressões sobre os vinhos degustados, divididos por vinícola. A primeira que visitei foi Adega Cooperativa de Borba, do Alentejo. Recebida pelo simpático Óscar Gato, fiquei sabendo que é a mais antiga adega cooperativa daquela região. Foi o primeiro produtor a colocar no mercado um VQPRD (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada) com uma designação alentejana. Hoje conta com moderna tecnologia de vinificação. Nas suas caves estão mais de mil barricas de carvalho francês e americano. Eleita a Cooperativa do Ano em 2003 e 2005 pela Revista de Vinhos Portuguesa.
Abaixo, os vinhos degustados da Adega Cooperativa de Borba:
Borba Antão Vaz e Arinto Branco, 2005
Elaborado 50% com a casta Antão Vaz e 50% com a Arinto, este branco é bastante agradável e harmônico. Coloração cítrica, característica que também está presente nos aromas e no sabor. Na boca apresenta também notas de mel. Fermentou em barricas de carvalho francês e americano. Tem 13% de álcool. Considerado uma ótima compra pelo Guia de Vinhos da Revista Gula, publicado em julho de 2007. R$ 25 na Lacomex, Recife.
Borba Trincadeira e Alicante Boushet Tinto, 2004
Um vinho que me agradou bastante pela sua variedade de aromas florais e de framboesa. É um vinho potente e exuberante, que ainda deve evoluir na garrafa, segundo o produtor. Passou por quatro meses em barricas de carvalho francês e tem teor alcoólico de 14%. Considerado uma ótima compra pelo Guia de Vinhos da Revista Gula, publicado em julho de 2007. R$ 54,35 na Lacomex, Recife.
Borba Reserva Rótulo de Cortiça Tinto, 2003
Este é um clássico. O seu rótulo, feito de cortiça, dá uma certa imponência à garrafa. Produzido com as uvas Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira. Muito bem equilibrado, ele tem um aroma bem rico de frutas vermelhas, compotas e especiarias. O paladar mostra ligeira adstringência, mas sobressaem-se as notas frutadas que dão um final longo ao vinho. Estagiou 12 meses em carvalho francês e tem 13,5% de álcool. R$ 62,32 na Lacomex, Recife.
Borba Garrafeira Tinto 2001
Este é um ótimo vinho, produzido com as castas Alicante Bouschet, Aragonez, Castelão e Trincadeira. Vermelho profundo, mostrou aromas florais, de café, tabaco. Na boca tem boa estrutura, revelando notas de especiarias, chocolate e frutos secos. O final é bem prolongado. Passou por 18 meses em antigos tonéis de madeira e barricas de carvalho americano. Custa R$ 101,90 na Ingá Vinhos, no Recife.
O produtor Óscar Gato ainda me deu boas referências sobre o Cinqüentenário, vinho comemorativo em homenagem aos 50 anos da Adega Cooperativa de Borba. Infelizmente não pude provar, pois trata-se de um rótulo com produção limitada (a garrafa custa em torno de R$ 300). Mas, pelo entusiasmo do produtor, resolvi falar um pouco sobre ele. É elaborado com Cabernet Sauvignon (50%), Alicante Bouschet (30%) e Syrah (20%). As vinhas foram selecionadas rigorosamente, assim como a produção de uva por hectare e a evolução da maturação em cada casta e parcela específica. O resultante estagiou por 12 meses em barricas novas de carvalho francês e americano, além de mais nove meses em garrafa na cave. Teor alcoólico de 14%.