Foto: Ana Paula Bernardes
A Confraria Amigos do Vinho do Vale do São Francisco (Cavas) realizou o seu 17º encontro no restaurante Porto Ferreiro, no Recife, fechando o ano em alto estilo com uma noite bastante movimentada.
Além dos vinhos, a noite contou com várias estrelas, entre elas, o divertidíssimo comediante Nil Agra, que fez uma apresentação no estilo “stand-up comedy”, arrancando risadas da platéia.
Mais uma vez, os participantes puderam conferir uma apresentação de degola de espumante com sabre, técnica conhecida como “sabrage”, que desta vez foi executada pelo confrade cirurgião Álvaro Dantas.
No pátio do restaurante, a Fiat montou um estande para apresentar os seus lançamentos: o sedã Línea e o Fiat 500. A empresa ainda sorteou um aparelho de som entre os participantes. Também houve premiação de brinde da City Shoes e de cortesias do Bistrô Couvert.
Desta vez, os comentários técnicos sobre os vinhos ficaram sob a responsabilidade de Maurício Dias, que recebeu recentemente o título Wine & Spirits Education Trust – Level 3 Advanced.
Porém, para não perder o costume, o Escrivinhos vai deixar registradas as suas impressões sobre os rótulos degustados na noite, que foram acompanhados do seguinte cardápio:
Entradas:
– Couvert com pães e patês
– Bolinho de bacalhau
– Salada Porto Ferreiro, com camarão
Prato principal:
– Filé mignon com arroz chouriço ou
– Lombo de porco na brasa com arroz biro-biro e batatas ao murro.
Sobremesa:
– Crème brûlée
Os vinhos degustados:
Vinhas de Priscos Branco – 2006
Este é um vinho com classificação DOC Vinho Verde (clique para saber mais), produzido no Minho, em Portugal.
De coloração amarela clara com reflexos esverdeados, tem aroma de frutas cítricas, com algum caráter vegetal. Extremamente refrescante, o Vinhas de Priscos é leve e combina bem com frutos do mar e entradas leves. Tem graduação alcoólica de 11,5%.
Classificação: Bom
Já conhecia a safra de 2005 deste vinho e posso afirmar que este também é um branco bem estruturado. Campeão de vendas da Herdade do Esporão em Portugal, tem cor amarelo palha, aroma muito floral e frutado.
Na boca é elegante, com boa acidez e toques de frutas tropicais. Me chamou a atenção pela boa persistência.
Integram a sua composição as uvas Rabo de Ovelha, Arinto, Roupeiro e Perrum. A graduação é de 13,5%.
Classificação: Muito Bom.
Mais um português degustado na noite. Este veio da região da Bairrada, onde predomina a casta Baga. Trata-se de uma uva difícil, com taninos rústicos e bem ásperos, mas que os produtores da região, seguindo os passos do renomado enólogo Luis Pato, conseguiram “amaciar”.
É um vinho de cor rubi, escuro, que traz ao nariz o agradável cheiro de frutas silvestres, baunilha e café. Tem taninos firmes e enche a boca com seu bom corpo e agradável paladar frutado.
Classificação: Muito bom
Ramos Pinto Collection Tinto – 2006
De cara, este tinto do Douro já agradou pelo belo rótulo (uma gravura de Adão e Eva com a serpente oferecendo uma taça de vinho). Mas o melhor está mesmo dentro da garrafa. Trata-se de um vinho elaborado com as uvas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca.
De cor granada, escorre pela taça com grossas lágrimas e exala aromas de ótima complexidade, onde pode se identificar cacau, noz moscada, baunilha, fumo e um leve floral. O frutado se destaca no paladar. Elegante, com taninos de primeira, deixa o seu gosto na boca por um longo tempo. A graduação alcoólica é de 14%.
Classificação: Excelente
Para quebrar a sequencia de vinhos portugueses, a sobremesa foi acompanhada deste interessante chileno, feito com as uvas Sauvignon Blanc e Gewürztraminer.
A cor é amarela, com reflexos dourados. No nariz, notas florais, de abacaxi e uva passa. Apesar da grande doçura, tem boa acidez, deixando-o bem equilibrado. A graduação alcoólica é de 13%.
Classificação: Bom.