Após degustar produtos de 10 vinícolas brasileiras, o presidente e editor da revista Wine Enthusiast, uma das mais conceituadas publicações sobre vinhos dos Estados Unidos e do mundo, Adam Strum (foto), decidiu dar pontuação, pela primeira vez, aos vinhos nacionais.
Adam, que também é fundador da publicação, passou três dias na Serra Gaúcha, onde conheceu uma parte da produção brasileira de vinhos e espumantes. Ele veio a convite do projeto Wines of Brasil, realizado em parceria pelo (Instituto Brasileiro do Vinho) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
“Vim procurar uma variedade de uva que pudesse identificar o Brasil. Achei que poderia ser o Cabernet Franc, mas como há uma produção pequena, mudei de ideia”, disse ele.
Para Adam, o Merlot brasileiro é bom, mas não é mais considerado um vinho para jovens beberem. “Os espumantes são o ponto forte do Brasil, o grande diferencial”, enalteceu. “O que melhor resume o Brasil e deve ser a sua bandeira no mercado externo são os espumantes. Gostei de todos que eu provei. Tanto que saio emocionado com o que vi no Brasil”, comentou.
Uma prova real de que Adam Strum gostou dos vinhos e espumantes brasileiros é a sua decisão de ranquear os produtos nacionais na revista Wine Enthusiast. “Já determinei ao responsável pela avaliação de vinhos sul-americanos, Michael Schachner, que agende uma vinda ao Brasil para degustar os produtos daqui”, informou.
Em uma conversa com a gerente de Promoção Comercial do Wines of Brasil, Andreia Gentilini, e com o diretor-executivo do Ibravin, Carlos Paviani, Strum comentou que ninguém faz espumantes como o Brasil na América do Sul. “Os espumantes brasileiros têm alta qualidade e preço acessível. É uma compra com satisfação garantida”, elogiou. Ele ficou surpreso com o porte das vinícolas visitadas, dizendo que, nos Estados Unidos, não existem empresas tão organizadas e com tamanha estrutura.
O jornalista norte-americano disse ainda que está muito feliz de ter vindo ao Brasil e de conhecer a produção de vinhos e espumantes daqui. “Há 20 anos, eu fui o primeiro jornalista americano a visitar o Chile. E há 15 anos também foi o pioneiro a conhecer Mendoza. Agora, quero levar para o mundo o que está sendo feito no Brasil”, observou.
ROTEIRO – O jornalista chegou em Porto Alegre na quinta-feira (2). Foi recebido pelo enólogo Flávio Pizzato, que o recebeu com um jantar em uma churrascaria da capital gaúcha. Da Pizzato, gostou bastante do Merlot, quem tem história pioneira na vinícola.
Na sexta-feira (3), conheceu a Casa Valduga e a Miolo, ambas no Vale dos Vinhedos (RS). “A família Valduga sabe receber como ninguém”, comentou. Para ele, além da qualidade dos espumantes, o vinho Cabernet Franc da Casa Valduga é um “Best Buy” (melhor compra). Na Miolo, Strum gostou do Sesmarias e, principalmente, do RAR. Também elogiou o espumante Millésime Brut.
Na noite de sexta, as vinícolas Courmayer e Don Guerino ofereceram um jantar no restaurante Pirandello, em Bento Gonçalves. Strum apreciou especialmente o Teroldego da Don Guerino e o espumante Brut da Courmayeur.
No sábado (4), o jornalista conheceu a Lidio Carraro. Ficou muito impressionado com o vinho Elos (Malbec/Cabernet Sauvignon) e disse que o Dádivas Chardonnay e o Dádivas Pinot Noir têm muitas chances de agradar o consumidor norte-americano pela excelente relação custo-benefício. Também gostou do vinho Nebbiolo da Lidio Carraro. “É uma variedade difícil de encontrar e nunca esperava que o Brasil pudesse produzir”.
Na Cave Geisse, disse que tomou o melhor espumante do Brasil. A visita na Aurora fechou o roteiro com chave de ouro, segundo ele: “Os produtos da Aurora têm um ótimo custo-benefício”, apontou. À noite, o roteiro encerrou com jantar no restaurante Primo Camilo, em Garibaldi, com vinhos e espumantes da Santo Emílio e Panceri, duas vinícolas de Santa Catarina. Strum gostou bastante do Moscatel Celebrato da Santo Emilio e disse que a Panceri tem uma linha de produtos com um bom custo-benefício.