Acompanhe a seguir a 4ª prova da avaliação Sabores de Baco, promovida este mês pelo jornal Folha de Pernambuco.
Mais uma vez, tive o prazer de participar da degustação e, assim como os outros participantes, me surpreendi com o resultado, que teve um vinho brasileiro como o melhor classificado.
Confira a matéria publicada pelo jornal:
“Degustação vai na contramão do estigma da casta européia”
O encontro aconteceu no último dia 14, no Hotel Atlante Plaza, e contou com a participação de alguns dos principais nomes em enologia e enofilia na Capital pernambucana. O grupo, coordenado por Murilo Guimarães (colunista deste caderno), degustou às cegas oito rótulos elaborados com a fruta originários de vários países. O resultado do encontro foi surpreendente.
Nosso agradecimento, sempre, ao grupo de avaliadores que coloca seus conhecimentos a favor dos leitores da Folha de Pernambuco. São eles: Amanda Loyo – sommelière pela Court of Master Sommeliers na Califórnia; Fabiana Gonçalves – sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers e proprietária do blog Escrivinhos (www.escrivinhos.com); José Roberto Dantas – sommelier pela Associação Brasileira de Sommelier de São Paulo e professor de enologia no curso de Gastronomia da Faculdade Maurício de Nassau; Jorge Pinho – fundador da Sociedade dos Amigos do Vinho em Pernambuco (Sbav-PE), Fred Guimarães – palestrante de enologia e ex-presidente da Sbav-PE; Hermilo Borba Neto – fundador da Sbav-PE e atual diretor de degustação da entidade e Murilo Guimarães – colunista de vinho do caderno Sabores e coordenador das degustações de Sabores de Baco. Com eles, a palavra.
Sabores de Baco 4ª prova: vinhos TINTOS da Pinot Noir
Por: Murilo Guimarães
Para os degustadores, ficou a clara impressão de que a garrafa do vinho Bourgogne Couvent des Jacobins, conhecido de alguns do grupo, estava “morta”. Você não acredita que vinho tenha vida? Ora, ora, claro que tem. E por vezes apenas uma garrafa de um único lote pode vir com esse defeito. De fato, esta garrafa, na correta observação de dois degustadores, estava sem personalidade e tipicidade. Incompatível com o vinho. Outra possível explicação é a safra. O ano de 2007 não é dos mais cotados na Bourgogne, o que também explicaria a segunda surpresa da noite, a pouca pontuação do Château de Dracy.
O evento aconteceu nas dependências do Hotel Atlante, onde depois fomos contemplados com a ótima comida do restaurante Mirage. Que como já disse, em artigo anterior, está com uma boa carta de vinhos, de preços excelentes. Josiel nos auxiliou na degustação com muita gentileza e competência. A todos do hotel que se envolveram, nossa gratidão.
1º – Dadivas Pinot Noir (Brasil)
2º – Leyda Reserva Pinot Noir (Chile)
3º – Amayna Pinot Noir (Chile)
4º – Alamos Seleccion Pinot Noir (Argentina)
5º – Las Perdices Reserva Pinot Noir (Argentina)
6º – Château de Dracy (França)
7º – Bourgogne Couvent des Jacobins (França)
8º – Aurora Pinot Noir (Brasil)
Na tabela no fim da matéria (clique para ampliar), você encontra as regiões/países produtores, os nomes dos vinhos e as safras. Depois, a faixa de preço, a média de pontos (máximo de 100) e a classificação dos vinhos. Adiante, a classificação das lojas fornecedoras, com a pontuação dividida pelo número de garrafas enviadas. Desta vez, como de outras, o Club du Vin se fez representar por três garrafas, daí a relevância da média.
O grande vencedor entre os vinhos de Pinot Noir foi o Dádivas, da vinícola Lídio Carraro (hoje também denominada SulBrasil), produzido no Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul. Pois é. O Brasil fazendo bonito. Mas, por favor, não diz isso ao povo do PT, não. Senão eles assumem a autoria e vão dizer que nunca antes nesse País… Em segundo lugar ficou o Leyda Reserva, do Chile e em terceiro, o Amayna, também chileno. Desta forma, configurando uma devastadora vitória sul americana sobre os vinhos da Bourgogne. Lembrei do famoso Julgamento de Paris. Não sabe o que é isso? Então, não está lendo minha coluna, pois já me referi a esta degustação mais de uma vez. Pesquise na internet. É interessante.
Quanto ao vinho bem menos pontuado, o Aurora Pinot Noir, também achamos que a garrafa poderia estar sofrida. Além da safra (2010) muito jovem. Do grupo, os que já o haviam bebido em outra ocasião, disseram que ele é melhor do que se apresentou naquela noite.
Por fim, uma análise muito importante: a relação qualidade-preço (Q-P). A primeira vista, devido ao seu baixo custo – único abaixo de R$ 40 – o Aurora teria a melhor Q-P. Mas considerando que ele chegou a ser desqualificado por um dos degustadores, não me sinto autorizado a colocá-lo nesse lugar. Quem sabe testando outra garrafa… Feita essa ressalva, as duas melhores relações Q-P foram dos mesmos dois primeiros lugares no aspecto gustativo – Dádivas e Leyda.
O objetivo principal destas degustações é orientar o consumidor na procura dos vinhos. Mas nada substitui seu próprio gosto. Testem, tanto os vinhos, como a opinião dos degustadores. Ficando eu na esperança de vocês serem mais clementes conosco, do que nós fomos com os Pinot Noir! Tim, tim. Brinde à vida!
Não entendi á finalidade da prova. Os vinhos selecionados não representam nada, nem aqui a América do Sul e muito menos a borgonha.
Pelo jeito, era o que estava disponível.
Prezado (a) anônimo(a), nós não escolhemos os vinhos que vão ser degustados. As importadoras e distribuidoras nos enviam rótulos que julgam ser representativos. Acredito que é de interesse delas mesmas que seus vinhos sejam bem pontuados.
A degustação é feitas às cegas e sem o interrese de beneficiar ou prejudicar nem A nem B.
Outra coisa, participo da prova a título de convidada. O organizador é o jornal Folha de Pernambuco, através do seu colunista de vinhos Murilo Guimarães.
Espero que tenha compreendido. Se não, leia com calma a matéria. Foi reproduzida do próprio jornal.
Um brinde (com o pinot de sua preferência, pois acredito que tenha ótimo gosto)!
A reprodução acrítica de uma prova sem sentido como essa é também um equívoco. Provar borgonhas irrelevantes como esses e, ainda mais grave, até mesmo com defeito, é uma afronta ao bom senso.
Mas jornalistas adoram uma boquinha…
Até agora só tinha ouvido elogios em relação à iniciativa Sabores de Baco, da Folha de Pernambuco. Mas alguém tem que discordar, né?
Respeito a opinião do (a) anônimo (a) acima, que acha a prova “sem sentido”. Talvez só importe a ele(a), os vinhos de preços mais elevados. Acontece. Mas chamar os vinhos de “irrelevantes” é, no mínimo, falta de respeito aos produtores.
Em relação à afirmação que “jornalistas adoram uma boquinha”, achei a colocação meio contraditória. Seria mesmo uma “boquinha” provar vinhos tão “irrelevantes”? Gostaria também de informar que dos sete avaliadores presentes, apenas eu sou jornalista (e por sinal também sommelier profissional). Na matéria tem o currículo do pessoal. Dá mais uma olhada com calma. Ok, amigo(a)?
Um brinde! (Dessa vez eu vou de Dadivas Pinot Noir, o vencedor da prova – um vinho bem bacana e com um preço bem legal).
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