*Coluna Escrivinhos – julho/2012 da Revista Mon Quartier
Uma das perguntas que sempre me fazem é sobre como aprender mais a respeito dos vinhos. E a minha primeira resposta é simples: degustando. Quem está disposto a mergulhar mais fundo nesse universo precisa provar bastante. Não tenha preconceito. Experimente brancos, rosés, tintos, espumantes, fortificados e vinho de sobremesa. Tudo com moderação – é claro.
Canso de ouvir pessoas falarem que tomaram um vinho na noite anterior, gostaram muito, mas que não lembram o nome da bebida. Uma dica é manter um caderninho para tomar notas sobre as suas experiências. Se você é usuário de smartphone, vale usar o bloco de notas do aparelho. Anote tudo: nome, produtor, safra, procedência, onde foi comprado e quanto custou. Isso serve para que você possa repetir as boas experiências e evitar os rótulos que não lhe agradaram.
Diversifique as suas provas com vinhos de diferentes tipos e nacionalidades ou direcione as degustações, durante determinado período, para um só tipo da bebida. Por exemplo: no próximo mês, programe-se para degustar apenas vinhos feitos com a uva Merlot. Ou então, para provar brancos do Chile. Com o tempo, você irá percebendo as nuances dos tipos de uvas, as peculiaridades de cada terroir (ambiente onde as uvas foram cultivadas) e as sensações que os diferentes métodos de produção podem proporcionar.
A próxima dica é ler bastante sobre o assunto. Revistas especializadas, blogs e bons livros não faltam. Como o vinho hoje é moda no Brasil, nunca foi tão fácil ter acesso a informações sobre o tema.
O terceiro conselho é: participe de cursos. No Recife, a oferta de aulas introdutórias é sempre boa. Alguns importadores e distribuidores promovem degustações e refeições harmonizadas com vinho, onde em muitas delas os próprios produtores estão presentes.
E outro toque bastante importante: ninguém, mas ninguém mesmo sabe tudo sobre vinhos. Existe uma infinidade de rótulos sendo produzidos ao redor do mundo, em recantos às vezes inimagináveis. Eu mesma, que já estou nesta estrada há um tempinho, nunca deixo de estudar. E continuo dizendo: ainda preciso aprender muito mais.
Se já tiver alguma noção sobre o assunto, a dica é: não demonstre ser “o entendido”. Ensine aos outros, mas sem firulas. Ou então você corre o risco de se tornar mais um “enochato”. Desses aí, o mundo está cheio!
Saúde! (ou santé! salud! cheers! salute!)