Por: Luciana Torreão
Na última semana, a Campo da Serra, empresa pernambucana especialista em queijos, promoveu no Recife uma degustação de seus produtos e de geleias da marca Flor de Mandacaru para um seleto grupo de convidados. O evento contou com harmonização de vinhos argentinos e chilenos das importadoras Vinci e Ana Import, conduzida pelo sommelier José Albino Pimentel e conferida de perto pelo blog.
A proposta é promover alguns eventos de degustação em parceria com a Campo da Serra, apresentando vinhos das duas importadoras. Segundo Pimentel, a ação provoca o consumidor a experimentar coisas novas, aromas e sabores diferentes. “Esta foi uma degustação vertical (com vinhos de uma mesma safra), começando por um vinho menos complexo e passando aos vinhos mais elaborados, que exigem mais atenção e conhecimento do consumidor. Em geral, os clientes saem satisfeitos”, disse ele. Sobre a inclusão de geleias na degustação, Pimentel afirmou que a ideia não foi fácil, porém que deu certo.
Foram servidos queijos Brie, Gouda, Pecorino e Prima Dona, que puderam ser experimentados com geleias de sabores diversos. A Flor de Mandacaru possui três linhas especiais: a Sabor (de frutas regionais, pimenta e pimentão), a Etílica (que tem base alcoólica) e a Exótica (que reúne ingredientes como flores, cardamomo, gengibre e pistache). São 10 sabores, fora as de frutas regionais, como Carambola, Acerola e Pitanga, que são produzidas de acordo com a estação.
Das que experimentamos, chamaram a atenção a de Pimentão; a de Cenoura com Cardamomo; a Indiana, preparada com pimenta, alho e gengibre; a de Caipirinha e a de Vinho na variação Malbec, além da Champanhe com pó de ouro – uma combinação pra lá de diferente. A geleia Indiana foi a minha preferida: é bastante picante e exótica e cai bem como molho para realçar carnes. Combinada a pastas de queijos, surpreende com seu aroma e ardência que explode no paladar, mas sem persistir na boca.
“O ideal seria uma combinação de geleias com um espumante Prosecco. Entretanto, como são geleias gourmets que combinam bem com carnes e pratos mais elaborados, é uma proposta que pode casar muito bem com vinhos tintos”, comentou a proprietária da Flor de Mandacaru, Martha Mendes.
OS VINHOS – Toda essa experiência foi harmonizada com quatro rótulos. O primeiro foi o Tilia 2010 Cabernet Sauvignon (Mendoza, Argentina). Elaborado com uvas de cultivo orgânico e sustentável, é um vinho rico, fresco e repleto de notas florais e de cerejas maduras. Permaneceu seis meses em barricas de carvalho francês e americano (25% barricas novas). O teor alcoólico é de 13,5% e combina bem com carnes, massas, cordeiro.
O segundo vinho da sequencia foi o Kaiken 2010 Cabernet Sauvignon (Mendoza, Argentina). Ele possui 90% Cabernet Sauvignon e 10% Malbec. Cerca de 50% do vinho foi maturado em barricas de carvalho americano por oito meses, com teor alcoólico de 14,5%. É bem encorpado e combina bem com carnes grelhada, assadas, cordeiro, confit de pato e risoto de champignon.
O terceiro vinho servido, um dos melhores da noite, foi o Aguaribay Malbec 2010 (Mendoza, Argentina). Este rótulo é produzido pela Baron Edmond de Rothschild, no Vale do Uco, a uma altitude de 1.100 metros. Seu teor alcoólico é de 14%. Na boca, lembra frutos vermelhos maduros e no final tem um leve toque apimentado, com notas de baunilha. De cor rubi brilhante, possui taninos macios, bem sedoso, muito bem equilibrado.
O quarto e melhor vinho da degustação, foi o William Cole Columbine Special Reserve Carmenere 2010, (Colchagua Valley, Chile). Com 91 pontos em Robert Parker, possui teor alcoólico de 13,9%, é volumoso e enche a boca. Passa 12 meses em barril de carvalho, tem mais persistência e é bastante complexo seu aroma. Com taninos maduros, tem toques herbáceos e bem adstringentes. Trata-se de uma vinícola jovem, com estilo californiano de elaborar vinhos finos usando tecnologia de ponta. Uma garrafa perfeita para envelhecer na adega, pois tem bom potencial de guarda.