Estive semana passada com a embaixadora da bodega uruguaia Garzón, Ana Paula Oliveira, durante um jantar promovido no Recife pela importadora World Wine e a distribuidora local Cave d’Or, de Taciana Carvalho. O encontro aconteceu no restaurante Ponte Nova, com um impecável jantar harmonizado.
A VINÍCOLA – O projeto da Bodega Garzón é jovem. As primeiras vinhas foram plantadas em 2007 e a primeira safra colhida foi em 2011. A vinícola
pertence simplesmente ao homem mais rico da Argentina: Alejandro Bulgheroni. Em 1999 ele visitou o Uruguai e conheceu a região onde hoje está localizada a Garzón, vendo ali a sua “pequena Toscana” – um local com grande potencial para desenvolver um projeto vitivinícola de qualidade.
pertence simplesmente ao homem mais rico da Argentina: Alejandro Bulgheroni. Em 1999 ele visitou o Uruguai e conheceu a região onde hoje está localizada a Garzón, vendo ali a sua “pequena Toscana” – um local com grande potencial para desenvolver um projeto vitivinícola de qualidade.
Bulgheroni, que possui sete vinícolas em diferentes partes do mundo, investiu mais de 85 milhões de dólares na bodega. Além de vinhos, lá também são produzidos excelentes azeites (Colinas de Garzón).
São mais de cinco mil hectares de terras, na região conhecida como
Maldonado, a 18 km de distância do Oceano Atlântico. Foi a primeira bodega sustentável a ser construída fora da América do Norte e utiliza muita tecnologia a favor da elaboração de produtos de qualidade.
OS VINHOS – Alejandro Bulgheroni convidou o enólogo italiano Alberto Antonini (proprietário da vinícola argentina Alto las Hormigas) para chefiar a produção dos vinhos. Ao contrário da maior parte das bodegas, as atenções não estão só voltadas para a Tannat – uva de origem francesa que se tornou o ícone do Uruguai. Outras variedades não tão comuns aquele país, como a Albariño, também são plantadas e utilizadas em seus rótulos.
Os vinhos da Garzón prezam pela pureza da fruta, deixando a madeira como um elemento de segundo plano no processo de vinificação. Os tintos
só são elaborados com leveduras indígenas e é comum a utilização de tanques ovais de cimento. Os brancos passam pela técnica de sur lie, onde ficam em contato com as peles das uvas por um determinado período.
só são elaborados com leveduras indígenas e é comum a utilização de tanques ovais de cimento. Os brancos passam pela técnica de sur lie, onde ficam em contato com as peles das uvas por um determinado período.
Uma das minhas constatações durante a degustação é que os vinhos da Garzón feitos com a cepa Tannat, caracterizada por transmitir ao vinho taninos intensos e rústicos, passam longe de serem “duros” e predominantes. Pelo contrário, os taninos estão presentes, mas têm maciez e se mantêm equilibrados com a acidez da bebida.
Confira as minhas impressões sobre os vinhos provados:
Garzón Albariño 2015
Tipo: Branco.
Produtor: Bodega Garzón.
Origem: Maldonado, Uruguai.
Características: A degustação começou logo com essa bela surpresa. Um branco feito 100% com a uva Albariño, variedade muito usada na região espanhola da Galícia e também com o nome Alvarinho no norte de Portugal. O vinho mostrou na taça uma cor amarelo palha com reflexos esverdeados. O aroma, muito gostoso, envolve frutas brancas, como lichia e pêssego, leve toque cítrico, notas florais, minerais e lácteas – estas últimas provenientes do contato de seis meses com as peles das uvas (sur lie) em tanques de aço inox. De médio corpo, o paladar pareceu muito fresco, com sua ótima acidez. Um vinho bem gastronômico, que acompanha bem pratos de frutos do mar.
Classificação: Muito Bom/Excelente
Média de preço: R$ 90.
Garzón Pinot Noir Rosé 2014
Tipo: Rosé.
Produtor: Bodega Garzón.
Produtor: Bodega Garzón.
Origem: Maldonado, Uruguai.
Características: Vinho jovem de coloração rosada vibrante, que traz no aroma notas de frutas vermelhas silvestres como framboesa e morango. As mesmas sensações se repetem no paladar, que possui boa acidez, mas diferentemente do branco anterior, que se mostrou bem seco, este traz um toque a mais de doçura. Leve e jovem, deve ser servido bem fresco. Sua graduação alcoólica é de 13,5%.
Classificação: Bom.
Média de preço: R$ 90.
Garzón Tannat 2014
Tipo: Tinto.
Produtor: Bodega Garzón.
Origem: Maldonado, Uruguai.
Características: Para mim, o melhor vinho da degustação, tendo em vista a sua excelente qualidade e bom preço. De coloração violeta de média profundidade, traz no nariz uma boa gama de sensações, como de frutas
negras e vermelhas maduras, notas mentoladas, flores secas, licor, pimenta do reino, cominho, caramelo e um discreto tostado. Paladar de médio a encorpado, o vinho tem sabor compatível com o aroma, trazendo ainda um toque de café. De médio a encorpado, apresenta boa persistência na boca. Teve seis meses em contato com as peles e mais seis meses de maturação barricas de carvalho francês. Tem 14% de álcool.
negras e vermelhas maduras, notas mentoladas, flores secas, licor, pimenta do reino, cominho, caramelo e um discreto tostado. Paladar de médio a encorpado, o vinho tem sabor compatível com o aroma, trazendo ainda um toque de café. De médio a encorpado, apresenta boa persistência na boca. Teve seis meses em contato com as peles e mais seis meses de maturação barricas de carvalho francês. Tem 14% de álcool.
Classificação: Excelente/Excepcional.
Média de preço: R$ 90.
Garzón Reserva Tannat 2013
Tipo: Tinto.
Produtor: Bodega Garzón.
Origem: Maldonado, Uruguai.
Características: Um vinho com bom potencial de evolução, que maturou 18 meses em barricas de carvalho francês. O visual mostra uma cor violeta profunda, enquanto no nariz surgem notas intensas de frutas em compota,
chocolate, baunilha, café com leite e um toque licoroso. Taninos polidos marcam o paladar. O sabor repete as impressões do nariz, revelando ainda notas de especiarias. Tem 14,5% de álcool.
chocolate, baunilha, café com leite e um toque licoroso. Taninos polidos marcam o paladar. O sabor repete as impressões do nariz, revelando ainda notas de especiarias. Tem 14,5% de álcool.
Classificação: Muito Bom/Excelente (evolui com a guarda)
Média de preço: R$ 165.