Único. Esta é a palavra que me vem à cabeça depois de conhecer “mais intimamente” o Louis XIII, conhaque de maior prestígio no mundo. Elaborado pela casa Rémy Martin desde 1874, este produto, segundo a sua embaixadora no Brasil, Jessia Lobo, é tão exclusivo que não pode ser comparado a nenhum outro do gênero. Tanto é que durante a sua degustação, realizada ontem no restaurante Leite, no Recife, além de água, a única bebida admitida na mesa era champagne – para “limpar o palato” antes de se provar o conhaque, servido após o almoço.
O Louis XIII recebeu este nome em homenagem ao rei que governou a França durante a época em que a primeira geração da família Rémy Martin viveu em Cognac. Foi ele quem estabeleceu as regras naquela região para a produção da bebida.
PRODUÇÃO – Elaborado exclusivamente com uvas Ugni Blanc provenientes de Grande Champagne, terroir mais nobre de Cognac, o produto é resultado de 1200 diferentes destilados com 40 a 100 anos de envelhecimento em barris do carvalho Limousin. Destas porosas barricas, 3% da bebida evapora com o tempo. Esse processo, chamado “part des anges”, que significa “parte dos anjos”, é responsável por deixar o ar de Cognac impregnado do cheiro da bebida (pude constatar isso em abril passado, numa rápida e deliciosa visita à cidade). Sua graduação alcoólica alcança os 40%.
A GARRAFA – A embalagem do Louis XIII é um espetáculo à parte. A garrafa, ou décanteur, produzida por mãos de mais de 20 diferentes artesãos especializados, tem gargalo em ouro 24 quilates e tampa em formato de flor de lis, feita em cristal Baccarat. Todo exemplar é numerado e registrado. Depois de adquiri-lo, o comprador pode passar a fazer parte de um clube, onde os membros obtêm vantagens exclusivas. O Louis XII vem numa bela caixa vermelha em couro com detalhes em carvalho.
Para uma bebida deste padrão, até a taça para degusta-la é especial. Fabricados em cristal, os cálices foram desenhados pelo artista Christophe Pillet e têm gravados em seu exterior o mesmo símbolo da tampa do Louis XIII, a flor de lis.
A DEGUSTAÇÃO – O “rei dos cognacs” é uma bebida que pode ser tomada como aperitivo ou digestivo, antes ou depois das refeições. É também muito apreciada acompanhando charutos. De cor âmbar, o Louis XIII literalmente perfuma o ambiente depois de ser aberto. Seus aromas tomam surgem gradativamente, mostrando numerosas características. Entre elas, pude sentir amêndoas, fumo, especiarias, notas tostadas, mel, chocolate e erva doce. O paladar é untuoso, com ataque inicial intenso, revelando toques mentolados, de gengibre e caramelo. Tem final muito longo e apimentado. Pode sentir-se o seu gosto por muito tempo após a degustação.
Classificação: Excepcional.
Média de preço: R$ 12 mil (em alguns estabelecimentos, como o Hotel Unique, em São Paulo, é vendido em doses que custam em média R$ 1.300,00)
Onde encontrar: No Recife, em breve no Empório Pescadero e na Casa dos Frios. Distribuído pela Prolac
Tomei no bar do Hotel Tivoli por 1198 reais, Realmente vale a pena.