Diretor da Rio Sol fala sobre repercussão de série da Rede Globo

A nova série da Rede Globo, Amores Roubados, vem dando o que
falar no meio do vinho. Tudo isso porque o personagem principal da série,
interpretado pelo galã Cauã Reymond (foto acima), faz o papel meio controverso de um
sommelier. É certo que ele comete algumas gafes, como oferecer um “espumante
suave” (que a gente, mas por outro lado tem gente vibrando com a divulgação do vinho
brasileiro, especialmente o nordestino, no horário nobre da TV.
Conversei com o português João António Santos (foto abaixo), enólogo e diretor do
grupo Vinibrasil, a quem pertence a vinícola Rio Sol – onde a maior parte das
cenas do programa foram gravadas. Ele revelou que desde quando a série entrou
no ar, as ligações e os e-mails não pararam mais. “As pessoas agora querem
saber do vinho do Nordeste”, disse ele.
João explicou que as filmagens encerraram em setembro. Foram
cerca de dois meses de gravação, tendo a Rio Sol como um dos principais
cenários da trama escrita por George Moura, inspirada no romance “A Emparedada
da Rua Nova”, de Carneiro Vilela. Antes da gravação, a equipe da Rede Globo
passou cerca de quatro meses montando o cenário na casa sede da vinícola. Por
causa da movimentação, a empresa teve que dar uma pausa de 15 dias na produção.
Mas tudo isso valeu a pena, pois a repercussão foi mais positiva que o
esperado.
“Muita gente não conhece o vinho do Vale do São Francisco, por
isso não procura. E por outro lado, quem já ouviu falar tem preconceito, pois
acha que por estar no nordeste a tecnologia é atrasada. Mas quem visita ou que
agora assiste às imagens, vê que a tecnologia é moderníssima, as vinhas foram
implantadas pela universidade de Lisboa, as mudas foram todas importadas e que
a vinícola tem equipamentos supermodernos e com toda a tecnologia de qualquer
parte do mundo. Barricas, engarrafamento super moderno, laboratório, etc…”,
desabafa João.
E continua: “a Globo tem feito muito pelos vinhos, pois
todas as novelas agora têm vinho. E essa série é uma forma de divulgar a nossa
região. Não só os vinhos, mas também as belas paisagens, o rio São Francisco,
os seus canyons, etc…”.
O enólogo disse que não se envolveu diretamente na produção,
apenas participou de algumas reuniões e acompanhou visitas à vinícola de vários
diretores de produção. “Este é um projeto que já tem quase dois anos. Depois
das visitas, eles bateram o martelo que seria na nossa vinícola. Todas as
filmagens de vinícola são na Rio Sol”, lembrando que outras cenas foram rodadas
em Paulo Afonso (BA) e em estúdio, no Rio de Janeiro.
SOBRE OS ATORES E EQUIPE:
Escrivinhos – E a equipe, os atores, o que acharam da
região?
João Santos – Adoraram, 
pois não imaginavam que teria lugares tão bonitos. Sabemos que a imagem
do nordeste que se passa normalmente não é esta… de empresas,
desenvolvimento, lugares bonitos para turismo, etc.
Escrivinhos – Ouvi algumas críticas em relação à atuação do
Cauã Reymond, dizendo que ele comete várias gafes representando um sommelier. Como
por exemplo, fazendo uma degustação às cegas tampando os rótulos e também os
olhos dos participantes ou ainda perguntando se alguém queria um espumante
“suave”. Você acha que isso atrapalha em alguma coisa?
João Santos – Preciosismos! Há sempre alguém com vontade de
corrigir e de complicar. O importante são os outros 99,9%.
Escrivinhos – Então o
saldo é só positivo. Você acha que essa série vai impulsionar as vendas?
João Santos – Vai impulsionar sim as vendas do vinho em geral
e dos vinhos da região em particular, mas também o turismo, pois as imagens são
lindas. Além de trazer desenvolvimento para o interior do Brasil.
Escrivinhos – Os atores bebiam mesmo os vinhos/espumantes?
João Santos – Bebiam, mas pouco. Eles não gostam de se mostrar. Cauã
tentou ir a uma academia. Impossível, com toda a gente pedindo autógrafos… e
ele não conseguiu malhar. Eles ficavam recatados. Hotel, filmagens, mas todos
bebem… socialmente. A marca não aparece, mas em todas as festas ligadas ao
seriado foi servido Rio Sol, inclusive na festa de lançamento, em dezembro, no
Rio de Janeiro.
Saiba mais sobre a Rio Sol e sobre o Vale do São Francisco.

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0 Replies to “Diretor da Rio Sol fala sobre repercussão de série da Rede Globo”

  1. Fabiana,

    não sei se você sabe, mas minha área profissional é a jurídica. Dá vontade de sair correndo quando vejo as cenas de julgamentos, audiências, discussões jurídicas etc nas novelas ou séries da Globo.

    às vezes acho que algum consultor poderia dar umas dicas para não ficar tão ridículo sob o ponto de vista técnico.

    mas, temos que admitir que não se trata se reproduzir com rigor esse tipo de situação, pois é uma obra artística e puro entretenimento.

    acredito que médicos, psicólogos e jornalistas (como você) devem sentir o mesmo com cenas sobre suas profissões.

    não vi a série em solidariedade à Grazi Massafera… mas acho que as discussões em torno dessas cenas mencionadas ficam só o âmbito dos que militam de alguma forma no mundo do vinho. Um certo preciosismo!

    acredito que para o grande público o que fica mesmo são as belezas do Nordeste, a informação para alguns inédita de que vinhos de qualidade são produzidos na região, que a tecnologia é de última geração, aspectos levantados pelo Diretor da Rio Sol e por você.

    parabéns pela matéria.

    abraço!

    Gil Mesquita
    vinhoparatodos.com

  2. Muito legal a entrevista, Fabi! Ficção é ficção, realidade, realidade e a mensagem está sendo passada com sucesso. Detalhes são detalhes e novela, nunca vai deixar de ser novela. Se a tv começar copiar a realidade em todos os seus detalhes, vai ficar chato….:-) beijos!

  3. Oi Fabiana,
    concordo com o que disse o Gil:
    “mas, temos que admitir que não se trata se reproduzir com rigor esse tipo de situação, pois é uma obra artística e puro entretenimento.“

    Para quem assiste televisão ou segue a programação global, considero a abordagem do vinho, independente do roteiro que levantou “os furos“ que deram ênfase a muitas criticas na rede social como acompanha-se diretamente pelo FB, mas creio que vale de todo modo pelo papel de alcance a grande massa. O primeiro passo foi dado!

    Demais a pauta.

    Abraço,

    Nádia Jung.
    mundusvinus.blogspot.com

  4. Oi Fabiana,
    concordo com o que disse o Gil:
    “mas, temos que admitir que não se trata se reproduzir com rigor esse tipo de situação, pois é uma obra artística e puro entretenimento.“

    Para quem assiste televisão ou segue a programação global, considero a abordagem do vinho, independente do roteiro que levantou “os furos“ que deram ênfase a muitas criticas na rede social como acompanha-se diretamente pelo FB, mas creio que vale de todo modo pelo papel de alcance a grande massa. O primeiro passo foi dado!

    Demais a pauta.

    Abraço,

    Nádia Jung.
    mundusvinus.blogspot.com

  5. Se fizessem tudo como é, ao pé da letra, todos filmes, novelas e seriados não existiriam, porque seriam chatos e ninguém entenderia nada! Isso é entretenimento!

  6. Sabe Fabiana, de começo confesso que achei uma afronta a profissão a maneira como a Globo quis mostrar o papel do Cauã na série. Depois, parando pra pensar, acho que a divulgação em torno do vinho e todo o bate boca que a série gerou é muito maior e muito melhor ao mercado nacional de vinhos do que as "picuinhas".
    Excelente artigo, como sempre. Continue com o trabalho!
    Abraços

    Victor Beltrami
    balaiodovictor.com

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