A estreia da novela Velho Chico, na Rede Globo, pôs novamente o Rio São Francisco na mídia. A exibição diária de imagens da região, assim como foi com a minissérie Amores Roubados, acende a imaginação do público, que acaba ficando interessado em saber mais sobre as coisas locais. O engraçado é quando se descobre que aquela região, seca e castigada, é capaz de produzir vinhos.
Esse ‘milagre’ é possível através da irrigação dos vinhedos com as águas do Velho Chico (forma como o Rio São Francisco é popularmente chamado). Atualmente, é possível encontrar produção de tintos, brancos e espumantes nos estados de Pernambuco e na Bahia. A região do Vale do São Francisco também é rica na cultura de outras frutas, principalmente de manga e
de uvas de mesa.
Esse oásis, iluminado pelo sol durante quase todo o ano, fica entre os paralelos 8° e 9° Sul, numa localização que, à primeira vista, parece impossível para o cultivo de uvas viníferas. É mesmo uma região exótica, pois é a única no mundo (até onde se sabe) que produz duas safras ao
ano.
Os espumantes são as grandes estrelas do Vale do Velho
Chico, tanto os do tipo Brut, como os Demi-sec e os Moscatéis. São frescos,
frutados e saborosos, feitos para serem apreciados bem gelados. Esses já
conseguiram mostrar um bom equilíbrio entre açúcar e acidez.
Já os tintos, há pouco tempo ainda eram vistos como vinhos rústicos e “duros”, com taninos em excesso. Hoje, com o estudo e os investimentos em tecnologia, essas características já estão ficando para trás. Percebe-se logo que são vinhos de caráter tropical, com muita fruta em compota e bastante concentração. Vários, porém, já bem equilibrados e outros até elegantes, como é o caso do Testardi Syrah (Miolo) e Paralelo 8 (ViniBrasil).
As principais castas tintas da região são Shiraz (Syrah), Cabernet Sauvignon, Tempranillo, Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional, Barbera e Petit Syrah. Entre as brancas podemos encontrar Moscatel, Chardonnay, Chenin Blanc, Sauvignon Blan, Silvaner, Moscato Canelli, Verdejo e Viognier.
São quatro as principais empresas instaladas no Vale: em Pernambuco, a pioneira Botticelli; a Bianchetti (primeira a produzir vinhos orgânicos na região); e a ViniBrasil, que faz parte do grupo português Global Wines/Dão Sul e produz os vinhos Rio Sol e Paralelo 8, entre outros. No lado da Bahia está a Ouro Verde, pertencente ao grupo Miolo, que elabora o Testardi Syrah e os espumantes Terranova.
Com base no que pude provar ao longo dos anos, reuni aqui uma lista de alguns vinhos interessantes da região. Uma espécie de guia para quem quer se aventurar nos sabores do Velho Chico. Confira:
ESPUMANTES:
– Rio Sol Brut (ViniBrasil)
– Rio Sol Brut Rosé (ViniBrasil)
– Terranova Brut (Miolo)
– Terranova Brut Rosé (Miolo)
– Terranova Moscatel (Miolo)
BRANCOS
– Rio Sol Chenin Blanc Viognier (ViniBrasil)
– Botticelli Chenin Blanc (Botticelli)
TINTOS:
– Paralelo 8 (ViniBrasil)
– Rio Sol Vinha Maria Reserva (ViniBrasil)
– Rio Sol Winemaker’s Selection Touriga Nacional (ViniBrasil)
– Rio Sol Reserva (ViniBrasil)
– Rio Sol Tempranillo (ViniBrasil)
– Testardi Syrah (Miolo)
– 1501 (Botticelli)
– Bianchetti Orgânico Tempranillo (Bianchetti)