Quando se fala em uma marca ícone de Champagne, a maioria dos apreciadores da bebida lembrará certamente da Cristal. Trata-se de um dos rótulos de maior prestígio da região e o mais emblemático da tradicional Maison Louis Roederer. Este foi um dos exemplares que provamos esta semana, numa degustação realizada no restaurante Mingus, no Recife. O evento foi promovido pela Licínio Dias (LD) Importação, que agora é o importador exclusivo dos produtos Roederer para o Brasil, junto com a Épice – ‘empresa-irmã’ nas regiões Sul e Sudeste.
Antes de comentar sobre os vinhos, contarei um pouco sobre a história e o posicionamento do grupo Roederer, detentor de marcas como Ramos Pinto (Douro-Portugal), Domaines Ott (Provence-França), Château Pichon Longueville Comtesse de Lalande (Bordeaux-França), Château de Pez (Bordeaux-França), Château Haut-Beauséjour (Bordeaux-França), Deutz (Champagne-França) e Roederer Estate (Califórnia-EUA).
Eduarda Dias, que conduziu a degustação junto com seu pai, Licínio (foto abaixo), contou que se trata do maior grupo de vinhos de luxo do mundo, presente no Brasil já há 40 anos. A produção dos champagnes Louis Roederer é de 3,5 milhões de garrafas por ano.
A história da marca começou em 1776, quando Nicholas-Henri Schreider fundou a Dubois Père & Fils. Porém, a empresa só ganhou o seu nome atual quando Louis Roederer, sobrinho de Nicholas, assumiu o negócio, em 1883 e incrementou as vendas e as exportações da bebida produzida na casa.
Em 1876, o czar da Rússia Alexandre II, um apaixonado pelos Champagnes Roederer, pediu que a casa produzisse para ele um Champagne único e exclusivo. Foi assim que nasceu o Cristal. Engarrafado em cristal Baccarat, era o primeiro Cuvée Prestige da história de Champagne. A partir de 1945, o champanhe Cristal começou a ser comercializado em garrafas de vidro branco, mas o conteúdo continuou fiel às suas origens, seguindo rigorosos padrões de elaboração. Além da sofisticada Cristal, produzida também na versão Rosé, a Louis Roederer elabora outros excelentes Champanhes, todos com uvas colhidas nos 240 hectares situadas em áreas classificadas como Grands e Premiers Crus. Nos seus vinhedos, realiza um trabalho de viticultura de precisão, respeitando a biodiversidade e dando uma importância cada vez maior aos princípios da agricultura biodinâmica.
É uma das únicas casas a utilizar ainda a maceração pelicular, método delicado que consiste em macerar a uva com a casca por várias horas, obtendo dessa forma um mosto mais concentrado e mais aromático. Vamos então à minhas impressões sobre os champagnes. No próximo post, conto sobre os surpreendentes vinhos Domaines Ott.
Lois Roederer Brut Premier
Elaborado com Pinot Noir (40%), Chardonnay (40%) e Pinot Meunier (20%) colhidas em mais de 40 parcelas diferentes de terra, consiste num corte de seis safras, sendo parte dos vinhos da coleção reserva de Louis Roederer, que matura em cascos de carvalho por vários anos. Na taça, apresentou cor amarelo palha com reflexos dourado, perlage fino e consistente. O nariz exibe notas de panificação, frutas secas e mel. Paladar seco, de boa cremosidade e sensação intensa de “agulha”. Boa acidez e final persistente.
Esse champagne matura três anos nas caves da Maison.
Classificação: Excelente
Média de preço: R$ 330
Louis Roederer Rosé 2009
Na composição deste exemplar, foram usadas as uvas Chardonnay (62%) e Pinot Noir (38%). Parte delas (7%) foi vinificada em carvalho. Sua maturação foi de quatro anos em contato com as leveduras. A coloração é salmão, com bolhas finíssimas e persistentes. O nariz exprime muita finesse, com notas de frutas vermelhas do bosque, como morango e framboesa, além de toques de brioche. Na boca oferece excelente cremosidade. Com muito frescor e elegância traz de volta as sensações do nariz.
Classificação: Excelente/Excepcional
Média de preço: R$ 420
Cristal 2004
Este ícone de Champagne traz em seu corte as uvas Pinot Noir (55%) e Chardonnay (45%), colhidas em propriedades Grand Crus de Montagne de
Reims, Valée de La Marne e Côte des Blancs. Cerca de 20% dos vinhos maturam em barricas de carvalho. O descanso nas caves é de cinco anos. Na taça, apresenta uma bonita aparência amarelo dourada, com perlage finíssimo, intenso e persistente. O aroma envolve um rico conjunto de sensações onde se destacam notas de frutas secas, fermento, mel e especiarias. Ataque poderoso de boca, com acidez elegante, boa cremosidade, sensação de “agulha” presente e final prolongado. O sabor mostra as características sentidas no olfato, junto com um leve toque tostado.
Classificação: Excepcional
Média de preço: R$ 1.250
No Recife, os champagnes Louis Roederer podem ser encontrados em lojas como Casa dos Frios, Portus, Diplomata Delicatessen e DLP Distribuidora. Em Olinda, na Tia Dulce.