Na semana passada, estive numa degustação com a presença do conde Francesco Marone Cinzano, que produz vinhos na região da Toscana, Itália, e Vale do Maule, no Chile. Ele é responsável por duas reconhecidas marcas mundiais da bebida: a Col d’Orcia, com seus belos Brunellos, e a Reserva de Caliboro, com o premiado Erasmo. O encontro aconteceu no Recife, na Casa dos Frios, numa iniciativa entre os importadores Franco Suissa e Licínio Dias. A família de Francesco era proprietária da famosa marca de vermute Cinzano, que em 1997 passou a fazer parte do grupo Diageo e posteriormente foi vendida à Campari. Mas o vinho também faz parte da tradição dos seus parentes. Os antepassados do conde estão no ramo da bebida desde o século XVI. Tanto é que ele mesmo afirma que em suas veias “não corre sangue, mas sim vinho”.
Em 1973, o pai de Francesco adquiriu uma das vinícolas mais antigas da região de Montalcino, na Toscana, a Tenuta Col D’Orcia. Naquela época, os Brunellos não eram tão valorizados quanto na atualidade. Mais tarde, o conde assumiu os negócios com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da marca nos mercados mundiais. Seus vinhos hoje estão presentes em mais de 60 países, sendo a própria Itália o seu principal mercado.
Em 1995, Francesco Marone Cinzano resolveu iniciar no Chile um novo negócio de vinhos de qualidade, com seu projeto Reserva di Caliboro. Localizada no Maule, dá origem aos vinhos Erasmo, feitos ao estilo do Velho
Mundo.
Confira a avaliação sobre alguns vinhos degustados na noite, que contou com menu preparado pelo chef Jeff Collas:
Erasmo Barbera Garnacha 2013
Elaborado na Reserva di Caliboro, no Vale do Maule, Chile, este tinto com
proposta de jovialidade é feito com as variedades Barbera (65%) Garnacha (25%) e uma pequena porção (10%) de Carignan. De coloração rubi violácea clara, traz aromas de frutas maduras, canela e flores secas. Paladar de corpo médio, mostrando boa acidez e persistência. O sabor exprime as mesmas sensações do nariz. Não tem passagem por madeira. Sua graduação alcoólica é de 14%.
Classificação: Bom.
Preço: R$ 79,90*.
Rosso di Montalcino Col D’Orcia 2009
“Irmão caçula” do Brunello, o Rosso é feito para ser apreciado mais jovem. Porém, este aqui mostra grande qualidade. Sua coloração mostrou-se granada, pouco profunda. O aroma envolve notas de cereja, flores secas, menta, alcaçuz e caramelo. Na boca, corpo leve, boa acidez, final persistente e equilibrado. Sabor delicado, ressaltando as ervas. Maturou de 10 a 12 meses em grandes barris de carvalho. Tem 14,5% de álcool.
Classificação: Muito Bom.
Preço: R$ 125*.
Brunello di Montalcino Col D’Orcia 2006
Este é o Brunello “de entrada” da Col D’Orcia, pois acima dele ainda vêm o Reserva e o Poggio al Vento. Com amadurecimento de três a quatro anos e carvalho francês e esloveno, é um tinto de cor granada pouco profunda. Merece boa aeração para que se sinta todo o potencial do seu aroma, onde se registram aromas de framboesa, tabaco, menta e café. Possui grande presença de boca, bem estruturado, com taninos maduros e elegantes. O sabor traz de volta as características do nariz e ainda notas terrosas e de especiarias. Final prolongado. Graduação alcoólica de 14%.
Classificação: Excelente (potencial de melhora).
Preço: R$ 315*. No próximo post, uma vertical das safras de 2009, 2007, 2006 e 2002 do Erasmo.
SERVIÇO: No Recife, os vinhos podem ser encontrados na Casa dos Frios*: Graças (81) 2125-0000 | Boa Viagem (81) 2125-0231.