Coluna Escrivinhos da edição de set/2013 da Revista Mon Quartier
Muitas vezes somos impulsionados a comprar uma garrafa de vinho simplesmente por simpatizar com o seu rótulo, mesmo que tenhamos pouca ou nenhuma referência sobre ele. Isso acontece até com pessoas mais experientes na área, que em algumas ocasiões se deixam seduzir por um design bonito.
Mas no mundo do vinho, assim como no mundo dos homens, a máxima “quem vê cara não vê coração” também pode ser levada em consideração. Nem sempre uma garrafa com um rótulo legal traz em seu interior um bom vinho. Há alguns “sinais” que os produtores utilizam nas garrafas para tentar demonstrar a qualidade da bebida. Uma garrafa mais pesada, mais imponente, normalmente é usada em vinhos de qualidade mais elevada. Garrafas mais leves, de fundo “chato”, sem curvatura, frequentemente são utilizadas para vinhos mais simples.
Mas é no rótulo e no contra rótulo (localizado na parte de trás da garrafa) que a gente pode achar muitos indicativos sobre o vinho. Nos vinhos do Novo Mundo, é comum o produtor especificar a uva ou as uvas que são utilizadas na bebida. Também podemos saber a região no qual ele foi produzido, qual o seu teor alcoólico e sua safra.
A expressão “vinho fino” significa que a bebida em questão foi elaborada com uvas viníferas. Já os vinhos “suaves” são quase sempre feitos com uvas de mesa e têm adição de açúcar. O termo “Reserva” significa que ele teve amadurecimento em barricas de carvalho. Já o temo “Reservado”, esse não diz nada. É apenas uma jogada para conquistar os consumidores desavisados.
Nos vinhos do Velho Mundo, é difícil encontrar no rótulo as uvas com as quais são produzidos os vinhos. Isso porque cada país tem uma legislação específica para cada área vinícola, onde só podem ser utilizadas determinadas variedades em cada uma delas. Os vinhos franceses da região da Bourgogne (ou Borgonha), por exemplo, levam a uva Pinot Noir para os tintos e a Chardonnay para os brancos. Já na região de Chianti, na Toscana, Itália, os vinhos tintos só podem ser elaborados com uvas Sangiovese e Canaiolo e os brancos com Trebbiano e Malvasia. Tem também as indicações geográficas e denominações de origem, que podem vir sob as siglas IGT, AOC, DO, DOC, DOCG, dependendo do país e da legislação vigente.
Da próxima vez que for escolher um vinho pela embalagem preste atenção nesses detalhes. Eles podem livrá-lo de uma “roubada”. Se quiser se aprofundar mais sobre o assunto, os sites, blogs e publicações especializadas têm um monte de dicas bacanas.
Fique de olho e saúde!