Fotos: Juanpa Ausín/Divulgação
A capital pernambucana pôde degustar na última terça-feira (27/8), no Hotel Atlante Plaza, os sabores de alguns rótulos de Trás-os-Montes, região com muita história e tradição na produção de vinho, mas pouco conhecida. Ao todo foram nove expositores que trouxeram vinhos e azeites para o público ter o prazer de experimentar e ficar com gostinho de quero mais. Afinal, o objetivo do evento foi, justamente, se apresentar aos distribuidores e importadores locais a fim de que algum deles seja o representante na região. Além da categoria, o evento foi prestigiado por profissionais da área como compradores, donos de bares e restaurantes, sommeliers, jornalistas e formadores de opinião.
De acordo com o presidente da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM) Francisco Pavão, o Nordeste brasileiro é muito promissor neste segmento de mercado e ainda tem muito a expandir. “Nosso intuito é ampliar as vendas e comercializar cerca de 20% da produção no Brasil”. Atualmente, a região produz uma média de 4,5 milhões de litros de vinhos por ano, sendo 10 milhões de garrafas.
A Comissão é formada por 62 produtores, com 120 marcas diferentes de vinhos, que exportam, principalmente, para o Japão, Bélgica, EUA, Canadá e China. No Brasil, a comissão possui representação e vendas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Aqui em Recife, a previsão é de que os rótulos sejam comercializados ao custo médio de R$20.
Situada ao nordeste de Portugal, em fronteira com a Espanha, Trás-os-Montes possui uma diversidade de condições ambientais, ditadas pela extrema variação do relevo, clima e solos, o que faz com que a área sofra variação climática, que vai do muito seco e quente no verão a temperaturas muito baixas no inverno. Com terrenos xistosos e arenosos, por lá, é possível contemplar lagares cavados na pedra, cuja origem é Romana e Pré-Romana, com existência de vinhas velhas e castas centenárias.
Em Trás-os-Montes há algumas castas autóctones, típicas do local, além das que já são tradicionais em Portugal. Os vinhos da CVRTM são bem característicos. Os tintos, em geral, são frutados, elegantes e encorpados; e o brancos são frescos, florais e equilibrados. Com acidez moderada. Enfim, são vinhos simples e honestos, bastante equilibrados em suas especificidades.
Com exceção dos vinhos, dois produtores também apresentaram seus azeites na ocasião, sendo quatro tipos e duas marcas ao todo. Trás-os Montes produz anualmente cerca de 14 mil toneladas de azeite, consagrado por sua baixa acidez. De cor esverdeada, os azeites possuem cheiro e sabor de frutas frescas, e são extraídos das azeitonas típicas da localidade – entre elas Cobrançosa, Madural, Verdeal e Cordovil, consideradas o “ouro líquido” da região.
Muito entusiasmado com o que degustou, o sommelier Angelo Miranda apreciou muito o evento e elogiou bastante a iniciativa de trazer os produtos desta região para o Nordeste. E, ele assim como a maioria do público, destacou o Quinta de Arcossó Branco, como um dos melhores da apresentação. Já na categoria tinto, Angelo ressalta dois rótulos: o Fonte do Sapo Reserva, um vinho com 14,5% de teor alcoólico, e o Terras do Salvante Reserva, da uva Bastardo. O sommelier diz ainda que a região é bem conhecida pela complexidade de seus vinhos. Com relação aos azeites, ele foi enfático: são fantásticos.
Ficou curioso? Agora é só esperar que algum distribuidor se interesse e eles cheguem por aqui.