Campanha Gaúcha: o terroir de Dom Pedrito

Na cidade de Dom Pedrito estão instalados alguns produtores, a exemplo de Camponogara, Vinhos Dom Pedrito (Rigo Vinhedos) e Guatambu. Em uma apresentação, representantes destas três vinícolas falaram um pouco sobre cada uma delas e trouxeram seus vinhos para degustação. Neste post, falarei sobre os dois primeiros produtores, já que tivemos a oportunidade de visitar as instalações da Guatambu, vinícola da qual eu falarei na próxima postagem.

O MUNICÍPIO: Com 140 anos de fundação, a cidade de Dom Pedrito tem 40 mil habitantes e cerca de 5.200 km² de território. As principais atividades desenvolvidas na área são o cultivo de arroz e soja, o fornecimento de carne bovina e ovina e criação de cavalo crioulo. Vale ressaltar a plena expansão da fruticultura.

Trata-se de uma cidade limpa e agradável, com casario da época de fundação bem conservado. É também conhecida como “capital da paz”, pois foi lá onde se firmou o tratado que marcou o fim da Revolução Farroupilha.

CAMPONOGARA

A história da empresa começou nos anos 90, quando forneciam uvas para vinícolas da Serra Gaúcha. Atualmente, possui 12 hectares de parreiral com 23 anos de idade. Utilizam apenas 10% dessa plantação, colhendo uvas bem maduras e produzindo vinhos feitos para serem degustados jovens, mesmo estando em pipa.  Na plantação, utilizam a técnica de estouro de gás para afugentar as pragas, no caso, aves. A cantina fica localizada no município vizinho de Santa Maria. Para reduzir os danos às uvas, o transporte delas é realizado apenas à noite.

A Camponogara possui uma linha de vinhos chamada de Rota 293, batizada em homenagem à BR que corta o Rio Grande do Sul.

Confira abaixo minhas impressões sobre alguns dos interessantes vinhos da marca, apresentados pelo gerente comercial da marca, Roberto Vianna (foto).

Rota 293 Chardonnay 2012

Produtor: Camponogara.
Origem: Campanha Gaúcha, RS, Brasil.
Visual: Cor amarelo palha com reflexos dourados.
Olfato: Frutas brancas, maçã verde e toques minerais.
Paladar: Boa acidez e médio corpo. Traz um pronunciado sabor de pêssego.
Outras considerações: Chardonnay sem passagem por madeira. Tem 13,% de teor alcoólico.

Classificação: Muito Bom.
Faixa de preço: R$ 30

Rota 293 Tannat 2012

Produtor: Camponogara.
Origem: Campanha Gaúcha, RS, Brasil.
Visual: Violáceo brilhante.
Olfato: Aroma bem vivo, remetendo a frutas vermelhas do bosque, baunilha e notas animais.
Paladar: Rústico, mas sem ser agressivo, ressalta bem as notas animais, principalmente com um toque de couro. Madeira sutil.
Outras considerações: Um Tannat bastante interessante, que teve passagem parcial (50%) de três meses em carvalho francês. Tem 13,5% de álcool.

Classificação: Muito Bom/Excelente.
Faixa de preço: R$ 65.

Também é interessante destacar o Rota 293 Cabernet Sauvignon 2011 – muito bom vinho.

DOM PEDRITO (RIGO VINHEDOS)

Pioneira na elaboração de vinhos finos naquela região, a Rigo Vinhedos e Olivais começou suas atividades em 2002, com o plantio de 15 hectares de mudas de uvas importadas da França. O projeto, em parceria com a Embrapa, conta com 22 hectares de uvas viníferas, 10 hectares de maçãs e 50 hectares de oliveiras – esta últimas deverão dar origem, em breve, a azeite de oliva extra virgem.

A Dom Pedrito produz anualmente 200 mil garrafas de vinhos tranquilos e espumantes, tendo a primeira safra sido a de 2008. O excedente da produção de uvas é vendido para outras empresas do Estado.

Confira alguns destaques da degustação, conduzida por Ingrid Pfeifer, da Rigo (foto):

Capital da Paz Brut

Produtor: Dom Pedrito Vinhos Finos.
Origem: Campanha Gaúcha, RS, Brasil.
Visual: Amarelo palha com reflexos dourados. Perlage fino e persistente.
Olfato: Aroma elegante e discreto, lembrando frutas secas.
Paladar: Boa sensação de agulha. Ótima acidez. Repete no sabor as sensações do olfato.
Outras considerações: Elaborado pelo método Charmat (com fermentação em tanques de inox), tem em sua composição apenas a uva Chardonnay. A graduação alcoólica é de 12,5%. Em minha opinião e na de alguns colegas que degustaram junto comigo, a apresentação do rótulo e o nome da bebida não são nada convidativos. Puro preconceito nosso, pois o espumante mostrou-se bastante agradável e tem um preço bem justo.  Só basta os produtores “se ligarem” que a aparência ajuda, e muito, na hora de vender um vinho.

Classificação: Muito Bom.
Faixa de preço: R$ 20.

Dom Pedrito Sauvignon Blanc 2011

Produtor: Dom Pedrito Vinhos Finos.
Origem: Campanha Gaúcha, RS, Brasil.
Visual: Amarelo dourado.
Olfato: Lichia e carambola exalam agradavelmente da taça.
Paladar: Mel e lichia adoçam o sabor. Mas ao contrário do que se pode pensar, não é enjoativo, embora a acidez seja baixa. O final é longo e tem um toque apimentado. Corpo médio.
Outras considerações: Elaborado com a uva Sauvignon Blanc, tem 13% de graduação alcoólica.

Classificação: Muito Bom.
Faixa de preço: R$ 20.

Vale também a pena experimentar o Dom Pedrito Pinotage/Tannat – uma boa compra, a R$ 20.

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