Malbec: o craque argentino das prateleiras

Coluna Escrivinhos, Revista Mon Quartier, edição de novembro 2012

Todos sabemos da velha rixa entre brasileiros e argentinos. Principalmente no futebol, com a velha indagação sobre quem foi o melhor: Pelé ou Maradona?  Os brasileiros defendem a supremacia de Pelé com “unhas e dentes”, mas parecem concordar que hoje quem manda nos gramados é o baixinho Messi. E nas prateleiras também tem um “craque” que já há algum tempo conquistou as taças brasileiras. Trata-se do vinho argentino produzido com a uva Malbec.

Mas antes de falar sobre o vinho, é interessante saber mais sobre a história dessa uva tinta. Trazida da França em meados do século XIX, a variedade se adaptou muito bem a todas as regiões vitivinícolas argentinas e começou a ser cultivada de maneira intensiva, ganhando o posto da cepa mais conhecida e cultivada naquele país, ocupando 31.047,4 hectares de vinhas.

Uma curiosidade: ainda hoje, a Malbec é a principal variedade da região francesa de Cahors, sendo também cultivada em Bordeaux.

Atualmente, existem na Argentina muitas variantes de elaboração para a Malbec, desde vinhos jovens e simples até encorpados e contundentes com longa guarda em barricas, passando pelos rosés, os espumantes e os licorosos.

Em todos os casos, os seus aromas primários se destacam pelas notas de ameixas maduras e às vezes menta. Rico em cor, o vinho tem capacidade de “encher” o paladar sem agressividade, graças aos seus taninos doces e redondos.

Em recente estada na Argentina, pude comprovar que a variedade se dá bem em todos os cantos do país, desde o Norte, na região de Salta, onde produz vinhos bem frescos, até na região da Patagônia, ao sul do país, de onde estão saindo vinhos surpreendentes. Isso sem falar na tradicional região de Mendoza, onde os Malbecs simplesmente dominam.

O Malbec é um belo vinho para acompanhar churrascos bovinos, guisados, massas com molhos de tomate e queijo, carnes de caça e queijos duros.

HERMANAS – É notório que a Malbec é a uva símbolo da Argentina. Mas não posso ser injusta e deixar de citar algumas “hermanas” que estão dando origem a ótimos vinhos em terras vizinhas. Uma delas é a variedade Torrontés, que produz brancos ricos em aromas e com boa acidez. Também se destacam as variedades brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Chenin, Semillón e Viognier. Entre as tintas, Bonarda, Cabernet Sauvignon, Syrah, Pinot Noir e Merlot.

Então, deixemos as rixas de lado e provemos. Com moderação, é claro!

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