SOBRE A SALVAGUARDA: saiba como está o cenário e confira a opinião do blog

Depois dos consumidores ameaçarem o boicote aos vinhos brasileiros através das redes sociais e dos sites e blogs especializados, a vez agora é dos restaurantes tirarem de suas cartas os rótulos nacionais. Tudo isso por conta de um pedido feito ao governo brasileiro pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e por outras entidades do setor para verificar a necessidade de salvaguarda ao vinho produzido aqui no país.

Se aprovada, a salvaguarda poderá elevar o imposto de importação dos vinhos estrangeiros de 20% para 55% e ainda resultar na restrição quantitativa da entrada desses produtos aqui no país. As medidas só não valeriam para os vinhos da Argentina e do Uruguai, que são parceiros do Mercosul.

Em São Paulo, restaurantes de peso, como o D.O.M., Dalva e Dito e Piselli já não estão mais servido vinhos nacionais. No Rio, o Aprazível, conhecido por valorizar os vinhos nacionais, também cortou os brasileiros da sua carta, além de Roberta Sudbrack, Olympe (Claude Troisgros) e ainda o grupo Fasano.

ABS “CAI EM CIMA”

A Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SP), assim como a ABS-RJ, já se posicionou contra as medidas de salvaguarda. Tanto é que lançou um manifesto convidando os seus associados a assinarem uma petição contrária às restrições de importação dos rótulos estrangeiros.

IBRAVIN SE EXPLICA

O Ibravin alega que o resultado esperado com a implantação da salvaguarda é “garantir a participação da produção brasileira de vinhos finos no mercado, que nos últimos anos cresceu apenas para os produtos importados”. Confira a íntegra de carta da entidade.

MINISTRO DEFENDE MEDIDAS

Na manhã de hoje (03/04), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT), em entrevista para Rádio Viva News firmou que o não é verdade que vai aumentar o preço do vinho importado. “Tão dizendo muita bobagem. Necessariamente a medida de salvaguarda não precisa ser aumento na importação”, afirmou ele.

Em relação ao boicote dos restaurantes, o minisro disse que são “dois, três que vão fazer”. Ele criticou Roberta Sudbrack, que foi chef do Palácio do Planalto na época do presidente Fernando Henrique Cardoso. “Ela tem um livro publicado onde mostra os pratos que fez para diversos presidentes de diversos países do mundo da época. O vinho que harmoniza o prato, não tem nenhum nacional. Considero uma vergonha”, emendou Vargas.

OPINIÃO DO BLOG

Por que não voltar esses esforços para tentar a redução dos impostos sobre os vinhos brasileiros? Não canso de falar sobre a visível melhoria na qualidade dos rótulos nacionais e exaltei a dedicação de muitos produtores para alcançar a excelência em seus produtos. Porém, pagando mais da metade do preço final de uma garrafa de vinho nacional em impostos, fica difícil o consumidor optar pelo rótulo verde e amarelo.

O Brasil tem rótulos maravilhosos, mas os vinhos têm suas particularidades. Nunca vou poder tomar, por exemplo, um vinho brasileiro que se compare a um Sauternes (vinho de sobremesa francês), uma vez que não temos um terroir como o daquela região. Entendeu onde quero chegar?

Eu digo NÃO à “censura” do paladar e SIM à diminuição de impostos sobre os vinhos brasileiros!

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