Vinho de Bordeaux agora é negócio da China

Um relatório divulgado pela bolsa de valores de vinhos em Londres apontou que os vinhos da região de Bordeaux, na França, possuem maior valor agregado, deixando para trás produtos de investimento tradicionais, como ouro, ações, antiguidades e diamantes.

Na China, nomes como Lafite são sinônimo de lucro. O investidor Ma Jingqiao, por exemplo, tem uma adega nos arredores de Beijing e coleciona vários tipos de vinho, incluindo o ícone francês Lafite Rothschild. “A adega tem vinhos das principais regiões de produção do mundo. A maioria da minha coleção é da França”, diz ele

O Lafite do ano de 82 é vendido atualmente a um preço acima de 50 mil yuans. Ma Jingqiao tem duas garrafas dele. “Este foi comprado em 2008 por 30 mil yuans. O outro, cujo preço foi de aproximadamente 7 mil, já subiu para 15 mil”, apontou.

Além do Lafite Rothschild, o Château Lafite Rothschild produz também um tipo de vinho sob o rótulo Carruades de Lafite, feito com uvas de vinhas mais jovens. Em 2006, para celebrar a construção da sua cave, Ma Jiangqiao adquiriu dezenas de caixas de Carruades de Lafite com preço de 800 yuans por cada garrafa. Em cinco anos, o valor do vinho foi multiplicado por cinco.

De acordo com estatísticas, o investimento nas variedades de vinhos de Bordeaux gera um lucro de 150% em três anos, 350% em cinco anos e 500% em dez anos. Dados repassados pela Associação de Vinhos Bordeaux indicam que em 2010, a China já superou Grã-Bretanha e Alemanha, se tornando o maior destino de vinhos Bordeaux, com volume total de importações de 90 milhões de euros.

Com todo este entusiasmo dos chineses em relação ao tema, a primeira bolsa de vinho na Ásia, em Shanghai, entrou recentemente em funcionamento após passar um período de teste de meio ano.

“O volume diário de negócios fica entre 6 milhões de 7 milhões de yuans. A cada dia temos cem ou duzentos novos clientes”, diz o criador da bolsa, Gu Guang.

Em comparação com investidores ocidentais, que possuem mais experiência no mercado de vinho e apostam nos lucros de longo prazo, as atividades dos investidores chineses parecem mais com especulações. Assim, os vinhos Carruades de Lafite, produtos da segunda linha da vinícola Lafite Rothschild, têm um preço incrivelmente acima de vinhos de superior qualidade de outros produtores maiores da França.

Mas os chineses têm que ficar de olhos abertos. Diferente de ouro, o vinho tem prazo de validade, que geralmente é de 20 anos. Além disso, somente 0,1% dos vinhos da produção mundial merece ser colecionado por longo prazo.

*Com informações da China Radio International.

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