Teste revela diferenças entre vinhos com rolha de cortiça e sintética

Um grupo de sete pessoas, entre sommeliers e enófilos, reuniu-se na última semana, no Recife, para degustar, às cegas, dois vinhos de uma mesma safra, porém tampados de maneiras diferentes: um com rolha de cortiça e outro com rolha sintética.

O rótulo em questão foi o chileno Parcela #7, safra 2008, da Viña Von Siebenthal. Um vinho de excelente qualidade, que a maioria de nós, presentes àquela degustação, já conhecia bem.

Não se sabe ao certo se é um teste do produtor para a introdução de tampas sintéticas em seus vinhos ou se foi a falta de cortiça que ocasionou a substituição. O que sabemos é que há uma grande diferença entre os dois rótulos.

Cheguei por último à degustação. Portanto, tive a oportunidade de dar o meu parecer sozinha, sem discutir com os colegas que já haviam provado os vinhos. A primeira amostra parecia mais escura, com aromas mais fechados e mais corpo. Já a segunda mostrava coloração mais viva, assim como os aromas. Também estava menos pesado na boca. A charada foi solucionada rapidamente: o segundo vinho, beneficiado pela micro-oxigenação que a rolha de cortiça proporciona, estava com mais vida.

A maioria percebeu a grande diferença entre os dois exemplares. Ficou provado que, naquele caso, a rolha sintética interferiu no potencial do vinho, deixando-o menos vívido que o rótulo com a rolha de cortiça. Mesmo assim, o #Parcela 7 2008 com rolha sintética é um bom vinho, com potencial de evolução. Mas o de rolha de cortiça é visivelmente “mais vinho”.

Gostaria de provar os dois novamente daqui a alguns anos para acompanhar a evolução e constatar de houve alguma alteração nesse cenário.

De qualquer maneira, agradeço a Célio Vasconcelos, da distribuidora Dom Vinho, que proporcionou este interessante teste, realizado no restaurante Pantagruel, no último dia 03/02/12.

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