[Confira o post sobre o evento da Cavas, onde foi feita a apresentação]
A Rio Sol pertence ao grupo luso Global Wines/Dão Sul, que possui oito vinícolas em Portugal. No Brasil, o grupo produz cinco diferentes marcas dentro do projeto Vinibrasil: Rio Sol, Paralelo 8, Adega do Vale, Vinha Maria e Rendeiras – todas no Vale do São Francisco.
O projeto teve início há apenas oito anos e segundo João Santos, diretor da Vinibrasil, a ideia recebeu muitas críticas, pois a maioria das pessoas acreditava que a região não produziria bons vinhos por conta do clima (semi-árido), da região (sertão nordestino) e principalmente da latitude (paralelo 8). “Produzimos vinhos com atitude e não com latitude”, brincou ele.
A crítica inglesa Jancis Robinson inclusive classificou o vinho em uma nova categoria chamada de “Nova Latitude”, ao invés de enquadrá-lo como uma bebida do “Novo Mundo”.
A Vinibrasil possui no município de Lagoa Grande 2 mil hectares de terras, sendo 200 deles plantados, produzindo atualmente 1,5 milhão de litros por ano. Segundo João Santos (foto), uma das grandes peculiaridades do local é a possibilidade de safras contínuas e não apenas de duas safras, como acontece no resto do mundo. “Numa única visita pode se ver a poda das plantas, a uva verde e a uva madura, tudo a dois passos”, ressaltou.
A região tem mais de 300 dias de sol por ano, sendo um grande atrativo turístico. A vinícola recebeu, na última Páscoa, por exemplo, cerca de 1.200 visitantes de várias partes do Brasil. Para João Santos, a produção de vinhos vem alavancando o turismo na área e gerando outros negócios.
Em relação à produção, os funcionários receberam treinamento de profissionais do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade Técnica de Lisboa. As matrizes foram adquiridas na França e o material genético de universidades do exterior. A Vinibrasil utiliza colheita mecânica, facilitando a colheita noturna, onde a temperatura fica mais amena, chegando a 20ºC (durante o dia alcança cerca de 40ºC!).
Recentemente, a empresa fez um investimento de R$ 2 milhões em equipamentos de engarrafamento, vindo da Itália. “Em termos de maquinário não devemos nada a ninguém no mundo”, observou Santos. Nas caves, barricas de carvalho francês da Borgonha.
Atualmente, 40% da produção é exportada, ficando o restante para consumo interno. A Vinibrasil tem ISO 9001 de produção, o que garante a exportação. O Rio Sol é hoje o vinho mais exportado do Brasil e foi, por exemplo, o vinho servido ao Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil. “A primeira vez que a Wine Spectator classificou um vinho brasileiro, foi um vinho da Rio Sol”, lembrou João Santos.
E para terminar, o diretor da Vinibrasil ainda explicou que os vinhos feitos próximos ao Equador possuem seis vezes mais resveratrol, substância benéfica ao coração, dado comprovado em uma tese de doutorado da Universidade Federal de Pernambuco.
No próximo post, conto sobre os vinhos degustados.