Como o argentino vê o mercado brasileiro de vinhos

Recebi hoje um artigo publicado no “Tiempo Argentino”, por Martín Pérez Cambet, e achei interessante traduzir e reproduzir, pois o texto dá uma clara visão do que a Argentina pensa em relação ao mercado brasileiro de vinhos. Confira a seguir:
Vinho “Aryenchino”
Quais são as estratégias das vinícolas locais para entrar no mercado brasileiro, da “cerveja gelada” ao “Malbequi”
O Brasil acaba de anunciar que é a sétima economia mundial. Durante os últimos 20 anos, o país tem alcançado grandes progressos em termos de desemprego e pobreza. Hoje, estima-se que a classe média compreende uns 100 milhões de pessoas e o número de ricos cresceu de 130 mil em 2006 para 200 mil em 2010. Os novos integrantes da classe média e alta, desafiando suas tradições e cultura, estão ávidos para seguir tendências mundiais. Assim, da “cerveja geladinha” passam com muito prazer ao “vinho aryenchino”.

MARADONA, MESSI E MALBEC

Sabe-se que nunca houve boa relação entre Pelé e Maradona. E isso sempre gerou certa rixa entre as duas nações. Mas ao contrário, a relação entre Ronaldinho e Messi sempre foi excelente. Nota-se que são amigos. Será esta uma das causas pelas quais o Malbec e o vinho argentino em geral tem uma ampla aceitação no Brasil? Quase não existe brasileiro de classe média que não opine de forma positiva sobre Messi e o “Malbequi”.
Enquanto no Brasil, especialmente no Sul, que recebeu grandes correntes migratórias da Alemanha e Itália, se produz vinho cada vez de melhor qualidade (Lídio Carraro é um exemplo claro), seu mercado interno está cheio de vinhos importados. Estima-se que atualmente competem uns 30 mil rótulos de 32 países. Em volume e preço, hoje a Argentina ocupa um honroso segundo lugar no Brasil (atrás do Chile, que é 15% maior).

Exequiel Barrios, diretor da Caucasia Wine Thinking, informa que a venda de vinhos argentinos no Brasil tem crescido de forma exponencial nos últimos cinco anos. Enquanto que em 2005 a Argentina exportava para o Brasil 1.310.944 caixas de 12 garrafas por um valor de cerca de 20 milhões de dólares; em 2010 esse número cresceu para mais de 1.922.957 de caixas por um valor superior a 54 bilhões de dólares. Desse universo, o vinho Malbec representa quase um terço, com 654.671 caixas.

Mas sem dúvidas, o mais importante está por vir. O cenário certamente nos próximos anos é que o consumo se incremente de forma exponencial. Pensando no simples número de incremento de consumo de um litro (só um!) por habitante por ano, se ultrapassaria a cifra de 200 milhões de litros. É o mesmo que dizer 266 milhões de garrafas. Por preço, qualidade e distância, esta quantidade deveria ser fornecida pela Argentina e pelo Chile.

Com este panorama, não ter o Brasil como um dos principais objetivos em um plano de negócios representaria um erro de estratégia importante de qualquer vinícola. Como começar? Muito fácil: de 26 a 28 de abril acontecerá em São Paulo uma das principais feiras da região, a ExpoVinis. Lá estará presente a “Wines of Argentina”, focando especialmente nos Malbec e Torrontés do nosso país.

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0 Replies to “Como o argentino vê o mercado brasileiro de vinhos”

  1. O Argentino falando do mercado brasileiro de vinhos é o roto falando do esfarrapado.

    Há, na Argentina, um mar de vinho deplorável, um lago de vinho mediano, uma piscina de vinho bom e nem um copo de vinho ótimo.

    O problema é que, no Brasil, não há nem a piscina de vinho bom.

  2. Eu gosto muito de vinhos Argentinos, e acredito que eles tem boas chances de competir com os vinhos mais vendidos no Brasil. E muito provavelmente se eles entrarem com os tintos Malbec, não irão competir com o mercado interno, pois o Brasil manda bem em Espumantes.

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