Cahors, na França, é a região de origem da uva Malbec. Hoje esta é a cepa emblemática da Argentina, que a trata como se fosse sua verdadeira cria.
A polêmica existe e foi reacendida com a declaração de Matthieu Grassin, enólogo chefe da bodega argentina Alta Vista, quando afirmou ao site Snooth que o clima em Cahors não é adequado para a Malbec.
“Malbec é uma grande variedade […] Fácil de crescer, fácil de fazer (vinhos), fácil de beber”, disse ele, completando que “o céu claro, solos pobres, e amplitude térmica oferecem à Malbec muito do que ela precisa para se tornar um vinho profundamente concentrado, rico em frutas”.
Os defensores de Cahors contra-atacaram no site Cahors Latest News, questionando: “se o clima de Cahors é tão errado para o Malbec, como é que Matthieu Grassin explica que a Malbec de Cahors vem crescendo há mais de 800 anos e que os vinhos da região foram comprados e bebidos em toda a Europa até a terrível nevasca de 1956 que destruiu quase toda a vinha?”.
O site francês diz que seria mais honesto reconhecer que Argentina e Cahors produzem vinhos de forma diferente e para diferentes tipos de consumidores de vinho. “O clima quente e seco de Cahors gera vinhos com potencial de envelhecimento. Diferente da Argentina, Cahors tem que de enfrentar ano após ano, as variações do clima sem a ajuda possível de meios artificiais (irrigação), o que é permitido na Argentina”.
Para os franceses, os vinhos jovens de Cahors podem ser mais difíceis de avaliar do que “os Malbec redondos e frutados argentinos, facilmente consumidos jovens, mas difíceis de beber quando maduros”.
A matéria do site French Malbec encerra com as seguintes declarações: “Cahors tem o clima perfeito para a Malbec, com sua própria complexidade e sua riqueza. Ela permite um maior leque de gostos, sabores, aromas e cores do que na Argentina, onde ano após ano o mesmo vinho é produzido”.
*O blog já avaliou um Malbec de Cahors. Relembre aqui.