Fotos: Ana Paula Bernardes
Animados grupos se formaram no Thaal |
O restaurante Thaal Cuisine, no Recife, recebeu na última semana o 22º encontro da Confraria Amigos do Vinho Vale São Francisco (Cavas). O evento aconteceu em parceria com a pernambucana Ducos Vinícola, que apresentou algumas novidades.
Sempre muito bem prestigiado de público, este encontro da Cavas contou com a presença do enólogo francês Michel Fabre, que está à frente da elaboração dos vinhos da Ducos. Ele explicou que está há dois anos em Petrolina e seu trabalho consiste em compreender o clima, o solo e a planta da região para conseguir uma uva de qualidade e, consequentemente, bons vinhos.
Ricardo Lustosa e o enólogo Michel Fabre |
Além dos vinhos da Ducos foram apresentados dois rótulos estrangeiros que estão sendo trazidos ao Brasil pela vinícola. Um deles é um italiano, produzido na Toscana, em terras pertencentes aos atuais proprietários da Ducos Vinícola. O outro é francês, da região Saint Jean de Minervois, assinado por Michel Fabre.
Ricardo e Gustavo Lustosa com Thiago Freitas |
O menu da noite foi criado com os toques apimentados do chef Thiago Freitas. Para a entrada, foi servido um prato desafiador: o salmão salar (bastão de salmão crocante envolto em harumaki, recheado com creme de raiz forte sobre teriaki de cabernet sauvignon + cubo de salmão sous-vide pincelado em azeite aromatizado com limão siciliano, guarnecido com crocante de coco e parmesão + cubo 3D de salmão marinado em shoyo cítrico, em crosta de gergelim negro, sobreposto por nuvem de philadelfia e geléia de buriti).
Château Duccos Cabernet Sauvignon – 2008
Vinho de cor rubi escura com aromas de frutas maduras e especiarias. Jovem, não passou por madeira. Na boca apresenta taninos bem aparentes, que podem ser melhorados com a guarda da bebida por mais uns dois anos. Ainda traz ao paladar frutas maduras e leve café.
Sua graduação alcoólica é de 13%.
Classificação: Bom
Faixa de preço: R$ 17
Para jantar, optei por uma paella de pato (arroz de prato crocante com chouriço espanhol perfumado com páprica e espetinho de aspargo). Quem enfrentou bravamente o prato foi o seguinte vinho:
Château Duccos Petit Verdot – 2010
Já falei sobre isto aqui no blog, mas é bom lembrar. A Ducos é a primeira vinícola no Brasil a produzir vinhos com a uva Petit Verdot, originária da região de Bordeaux e muito usada em vinhos de corte no Velho Mundo.
O vinho utiliza 100% da variedade Petit Verdot e apresenta cor rubi, com aromas de frutas vermelhas e especiarias. É uma bebida que enche a boca com seus taninos jovens e frutas vermelhas marcando presença. A acidez pode ser melhorada.
Como o vinho é bem jovenzinho, acredito que também dê uma “afinada” na garrafa.
Seu teor alcoólico é de 13%.
Classificação: Regular
Faixa de preço: R$ 17
A seguir, os dois exemplares do Velho Mundo trazidos pela Ducos.
Villa Sardini – 2008
Este é um toscano elaborado com as uvas Sangiovese (75%), Merlot (20%) e Canaiolo + Cigliegiolo (5%). Seu envelhecimento foi em aço inox.
A cor é rubi escura e brilhante. Os aromas são de frutas vermelhas e especiarias. Apresenta médio corpo e traz as sensações do nariz ao paladar, com taninos de boa qualidade.
Um vinho para acompanhar comida, principalmente carnes e massas. Tem 13,5% de álcool.
Classificação: Bom.
Faixa de preço: R$ 45
La Croix de Saint Jean Lo Mainatge Minervois AOC – 2007
Vinho originário da região de Saint Jean de Minervois, na França, elaborado com as variedades Grenache, Syrah e Mourvedre.
De cor rubi, mostra aroma frutado, com notas de framboesa e cassis. Na boca, mostra médio corpo e elegância, mantendo as impressões do nariz. Também teve envelhecimento apenas em inox.
A graduação alcoólica é de 14,%. Sua fermentação foi 100% integral.
Classificação: Muito Bom.
Faixa de preço: R$ 45
Para finalizar, o chef criou uma sobremesa especial com a manga Kent, também originária do Vale do São Francisco, que não possui fibras e pode ser degustada às colheradas.
A sua criação foi batizada de K-e.n/t (parfait de limón los Alpes em base duquoise, crumble de aveia, sorvete de manga kent aromatizado com chá verde e tuile crocante da própria manga).