Quatro produtores de vinhos do Vale do São Francisco tiveram seus rótulos degustados durante o maior seminário de agropecuária do Brasil, o 17º Agrinordeste, realizado semana passada, no Centro de Convenções de Pernambuco. A apresentação foi feita pelo enólogo da Embrapa Semiárido, Giuliano Elias Pereira, que também ministrou palestra sobre as Características da Vitivinicultura no Vale do São Francisco.
Antes de iniciar a degustação, Giuliano traçou um rápido painel sobre a produção local, destacando que o Vale do São Francisco é a única região no mundo que produz duas safras ao ano e embora ainda muito jovem já conquistou importantes premiações com seus rótulos.
Durante o evento, foram experimentados dois espumantes, um vinho branco suave e dois tintos. Confira as impressões do blog:
Espumante Terranova Blanc de Blancs Brut
Este é espumante extremamente aromático, elaborado com uvas que normalmente não são usadas nesse tipo de vinho: Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Verdejo. Sua coloração é amarelo palha, com reflexos esverdeados, e no nariz revela uma gama de odores que podem ser facilmente identificados. Entre eles toques florais; muita fruta, como abacaxi e pêssego; além de outras nuances como pão e mel. Borbulhas finas e um bom equilíbrio de acidez são outra característica do Terranova Brut. Frutado e gostoso, tem paladar ligeiro e pouca espuma. Bebendo bem gelado, dá mais refrescância. Produzido pela Miolo, tem 12% de álcool.
Classificação: Bom
Bianchetti Moscato Leve – 2008
Não é o tipo do vinho que me agrada, mas para a sua proposta é bem feito. Elaborado com a cepa Moscato, originária da Grécia, tem coloração amarelo ouro e perfumes típicos da uva, como mel, carambola e maçã verde. É um vinho bastante suave e com baixa acidez, bom para aqueles que gostam de vinhos docinhos. Deve ser servido bem entre 4ºC e 7ºC. Produzido pela Adega Bianchetti.
Classificação: Regular
Botticelli Cabernet Sauvignon – 2007
Houve uma época em Pernambuco (antes da invasão Concha y Toro Reservado) que este rótulo era o carro chefe, junto com o Miolo Seleção, das vendas de vinhos nas prateleiras dos supermercados. Hoje, o seu consumo continua em alta, mas a concorrência dos argentinos e chilenos na mesma faixa de preço desviaram um pouco a atenção do consumidor. Para mim continua um vinho regular, sem muitos atrativos.
A safra 2007 tem coloração púrpura, com aromas de frutas escuras, como a ameixa, além de um toque herbáceo. Na boca é bastante seco e tânico, com pouca persistência. O sabor também e frutado, com um notas de especiarias. Elaborado pela Botticelli, tem 12% de álcool.
Classificação: Regular
Rio Sol Tempranillo – 2006
É um Tempranillo diferente de todos que já provei. De cor rubi, é um vinho frutado, com notas de banana e frutas vermelhas. É agressivo no nariz, com álcool bem pronunciado. Na boca, tem acidez baixa, médio corpo e sabor de fruta madura já passada. Pouca persistência. Produzido pela Vinibrasil.
Classificação: Regular
Terranova Moscatel
Um vinho de sobremesa bastante honesto, que também pode ser tomado como aperitivo. Sua cor é amarelo ouro com reflexos esverdeados, bolhas finas e persistentes. Os aromas são agradáveis, com notas florais, de mel e guaraná. Na boca apresenta boa cremosidade, assim como boas doçura e acidez. É refrescante, leve, e deve ser servido gelado. Elaborado através do processo italiano “Asti”, pela Miolo. A graduação alcoólica é de 7,5%.
Classificação: Bom
É realmente o Bianchetti não é muito bom, mas quanto ao Botticelli, esta vinícola tem produzidos alguns vinhos surpreendentes, é uma marca que tem muito a mostrar.